Monday, September 26, 2005

Obrigada, Tio Manel

Assim sai-me de cima um peso na consciência:

a) votar em Cavaco, para quem assistiu à decadência do Cavaquistão, é como fazer um clister desnecessariamente;
b) votar em Louçã é brincadeirinha - está muito bem onde está;
c) votar Jerónimo Martins, mesmo com voz audível, insuportável porque se revela como uma alternativa (?) sistematicamente pouco arejada e bafienta;
d) votar em alguém como Soares, compactuar com a não regeneração dos políticos (para não voltar a desfiar o rosário de queixas do post anterior).

Assim, Tio Manel, voto e fico de consciência tranquila.

Independentemente dos resultados finais, à 1ª ou 2ª volta, porque esses estão decididos: Cavaco Silva é Presidente da República em Janeiro. Regretfully.

by fiona bacana

Friday, September 23, 2005

Que desgosto, Joana...


A dirigente nacional do Bloco de Esquerda Joana Amaral Dias afirmou hoje à Agência Lusa que será a mandatária para a juventude da candidatura de Mário Soares à Presidência da República.

"É com gosto e entusiasmo que aceito o convite pessoal que me foi dirigido pelo dr. Mário Soares para ser mandatária da juventude da sua candidatura às eleições presidenciais", refere a ex-deputada e membro da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda, o órgão máximo desta força política entre congressos.

Joana Amaral Dias disse que aceitou o convite do candidato apoiado pelo PS porque acredita "no projecto de Mário Soares para esta disputa, nomeadamente por toda a postura que tem revelado nestes últimos anos, onde sobressaiu uma perspectiva actual, reflexiva e interventiva sobre o mundo contemporâneo".

in Lusa.pt

Oh Joana, Joana, tsk tsk tsk.

Há alturas em que a honra do convite deve ser subjugada à clareza dos princípios.

Mário Soares já foi Presidente da República. Duas vezes. Chega. Há outros candidatos, ainda por cima com élan e carisma suficiente para abater Cavaco. Manuel Alegre seria um desses candidatos de esquerda, não tivesse sido vítima do seu próprio romantismo e até de alguma ingenuidade. Já para não falar das filhadaputice que a cópula PS e o senil do Soares lhe fizeram.

Apresentar Mário Soares como adversário de Cavaco Silva é um tiro no pé. Concordo contigo: derrotar a direita é fundamental. É. Mas não assim, não desta forma desesperada, revivalista, alimentadora da não regeneração dos políticos portugueses. E, Joana, ver-te aliares-te a isto foi um desgosto...

by fiona bacana

Million Dollar Question of The Day, a saga continua

Atracção pelo abismo. Todos já ouvimos falar.

A questão é: o que nos leva lá?

Se já sabemos que a ravina termina ali, o que nos leva a lá ir? Há quem diga (há quem diga...) que é a vista.

Não. Eu não. Eu não vou pela vista. Se fosse pela vista não precisava de me aproximar, centímetro a centímetro da última porção de terra segura. Vou para saber se consigo voltar.

But people, make your bets to the answer of the million dollar question of the day.

by fiona bacana

Thursday, September 22, 2005

Já me tinham chamado hedonista,

mas isto é um exagero.

Hoje, num contexto tão anti-eu que até me abstenho de descrever, ouvi : «temos de fazer mais o que devemos e menos o que queremos».

Assim. Literal. Contundente e literal.

E isto revoltou-me de tal forma que comecei a chorar. Tornou-se ainda mais evidente que o processo de prostituição que é condição sine qua non para a progressão na carreira. E eu não sei se quero compactuar com isto. Não sei se a minha sanidade mental aguenta.

by fiona bacana

Blog do dia

Aqui.

by fiona bacana

Wednesday, September 21, 2005

Memória Sensorial


Entre tantas outras coisas indescritíveis, há algo em que a música não pára de me surpreender: a capacidade de nos fazer transportar para outras eras que já vivemos e fazer-nos sentir exactamente como estávamos à época em que ouvíamos a dita cuja música.

Hoje, voltei a ouvir a banda sonora do Twin Peaks.

E, ao ouvir novamente a orquestração de Angelo Badalamenti, senti um arrepio.

Todas éramos Laura Palmer. E escapamos por um triz.

by fiona bacana

Million Dollar Question of the Day

«Para que serve um Estado se não for um Estado Social?»

Assisto, aterrada, a Miguel Sousa Tavares, sempre ao seu nível, tornando tudo claro e cristalino a propósito dos resultados eleitorais na Alemanha. Lá, temos um pequeno laboratório sobre o futuro da Europa: o que está em causa é saber se é necessário eliminar o Estado Social para manter o capitalismo.

Mas, Miguel, camarada: para que serve um Estado se não for um Estado Social?

by fiona bacana

Tuesday, September 20, 2005

Step 6

Para renascer é preciso:

“trocar a ilusão da certeza pela sagrada segurança de nunca saber ao certo coisa nenhuma”

(Koop, 1977 in Mahoney, 1991)

E aceitar que só vai piorar. Quanto mais sabemos, mais perdidos ficamos.

by fiona bacana

Friday, September 16, 2005

Dos Mas e dos Ses

Cenário: ontem, quando entrei na A1, apeteceu-me seguir em frente e parar só quando fosse inevitável meter gasolina. Efeito garbage, bien sur.

(RUN RUN RUN, MY BABY, RUN - e porque raio este carro não tem uma 6ª velocidade?
RUN FROM THE NOISE OF THE STREET AND THE LOADED GUN
TOO LATE FOR SOLUTIONS TO SOLVE IN THE SETTING SUN)

Argumento: ouço muita gente a queixar-se dos ses. Quando têm de tomar uma decisão, 'e se não é isto que eu quero?', 'e se depois fico na merda por causa disto?', 'e se depois de palmilhado este caminho, não há volta?'.

(CAN YOU BLEED LIKE ME?)

Compreendo e empatizo. Uma pessoa mudou toda a sua vida porque naquele dia resolveu não virar à esquerda, como o fazia habitualmente no caminho para casa. Atravessou a rua para o outro lado e encontrou alguém que lhe mudou o rumo de vida, a forma como olhava para ela própria e a sua relação com o mundo.

(YOU SHOULD SEE MY SCARS
TRY TO COMPREHEND THAT WHICH YOU'LL NEVER COMPREHEND)

Há uma sensação de vertigem nesta era de mortalidade. A sensação de que algumas decisões podem tornar-se turning points e com as respectivas consequências, quem sabe incontornáveis.

Mas com os ses posso eu bem. Levam-me a reflectir, é claro, mas não me paralizam como os mas. Quero dizer isto, mas não posso. Quero fazer isto, mas não tenho esse direito.

Os ses são incontornáveis quando achamos que o futuro ainda está à nossa espera. Quando perdemos todos os dias um bocadinho de crença no futuro, de que de um dia para o outro viramos à esquerda e não à direita e o mundo vira do avesso, o problema são os mas.

O mas é, então, um derivado dos ses. Um se cheio de compromisso. Sei o que tenho de fazer, sei quais são as consequências. Então vou fazê-lo. MAS...

by fiona bacana

Thursday, September 15, 2005

Já me tinha esquecido,

do bem que sabe um simples chocolate. Um simples chocolate, a ver Helena (de Tróia).
Lá está, as coisas simples da vida.

Obrigada, Patrícia. (mas pf não o voltes a fazer...)

by fiona bacana

ps: ainda dizem que as mulheres não mandam no mundo. Durante anos, gregos e turcos degladiaram-se, de matança em matança. Tudo ao ritmo de duas mulheres: Helena, a grega, que por amor, se passou para Tróia. Cassandra, cujas visões determinaram os avanços e recuos, até que tudo ficou em cinzas.

Step 5 - o fim de tudo é o recomeço

«Everything you think you know baby - is wrong
And everything you think you had baby - is gone

Certain things turn ugly when you think too hard
And nagging little thoughts change into things you can't turn off
Everything you think you know baby is wrong

It's all over but the crying
Fade to black, I'm sick of trying
Took too much and now I'm done
It's all over but the crying»

Garbage 'It's all over but the crying' (Bleed like me)

O melhor mind set para um processo de detox é a confirmação de que tudo aquilo que tinha já não existe. Aquilo que se pensava saber, já lá não se sabe nem muito menos serve para analisar, decompor, interpretar o que está à volta. Despojada e descamada de tudo, não há outra opção a não ser começar do zero. Resistir à tentação de utilizar as mesmas fórmulas, para não ter os mesmos resultados. Percebi a estratégia de sedução e os seus resultados. Percebi que com essa estratégia (tão calculista e metódica que até a mim me assustou) é inevitável o resultado final.

A culpa, então, é minha. Como se assumisse um défice e procurasse, digamos, um estilo muito sui generis de sedução. E, então, torna-se bem evidente que a teoria do casting inconsciente (sinteticamente, aproximamo-nos de pessoas que tendem a confirmar ou infirmar os nossos modelos internos dinâmicos, consoante as nossas necessidades desenvolvimentais) encaixa que nem uma luva.

A luta é, então, comigo. Não há raciocínio só me saem duques que resista a uma coisa destas.
Não há lugar a maquilhagem. Não há lugar a distracções nem remendos. Haja coragem.

by fiona bacana

Tuesday, September 13, 2005

Kind regards (música do dia)

Let it die - Feist

«Let it die and get out of my mind
We don't see eye to eye
Or hear ear to ear

Don't you wish that we could forget that kiss ?
And see this for what it is
That we're not in love

The saddest part of a broken heart
Isn't the ending so much as the start

It was hard to tell just how I felt
To not recognize myself
I started to fade away

And after all it won't take long to fall in love
Now I know what I don't want
I learned that with you

The saddest part of a broken heart
Isn't the ending so much as the start
The tragedy starts from the very first spark
Losing your mind for the sake of your heart

The saddest part of a broken heart
Isn't the ending so much as the start.»

Album Let It Die (2004)

by fiona bacana

Monday, September 12, 2005

Fim de semana versão Zip

Contagiarte, e a reconfortante sensação de estar em casa.
Depois, na madrugada: «stroke of luck or gift from god? Hands of fate or devil's claws? from bellow or saints above?..» Resposta a pergunta que segue dentro de momentos.

Emoções pintadas em colectivos de 38 mil e qualquer coisa. Salve-se o fim.

Depois, miki. Orgulho que fala mais alto. São os primeiros 6 meses da tua vida, e estás tão melhor. Bem sei (bem sei....) que é uma luta para toda a vida, mas é bem preferível assim. Tu sobreviverás e ascenderás a muito melhor, estarei aqui para ver. Quanto a ele...só o futuro o dirá. Só ao colocarmos as muletas de lado percebemos como é andar sem elas. E assim descobrimos que até sabemos andar sem elas.

by fiona bacana

Friday, September 09, 2005

Sonho - da paixão ectópica

Conteúdo latente e conteúdo manifesto.

Sonhei que estava apaixonada. E depois acordei com essa sensação. Confusa, toldada entre o sono e a luz, cheguei a festejar estar apaixonada por... Mas foi isso: foi tudo sonho.

Para me auto-citar: o inconsciente é f*****. E, se a gravidez ectópica é possível (também conhecida por gravidez histriónica), a paixão ectópica também o é.

Pumba. Acabo de criar um novo conceito. Vou já registar a patente.

by fiona bacana

Nada a declarar

a não ser: «à procura de uma casa nova, do caixão até à cova.»

by fiona bacana

Thursday, September 08, 2005

Notícia do dia

A Disneyland Paris está a recrutar colaboradores.
Lamentavelmente, a vaga para 'Pateta' já está preenchida.

by fiona bacana

Wednesday, September 07, 2005

Eu juro

Não deixarei que esse estilo cold contagious seja transmitido aos meus filhos. Combaterei o peso da genética. Juro.

by fiona bacana

«wherever you are, you will carry always
(the) truth of the scars
(and) the darkness of your faith
...
you have no right to ask me now - you were never that around
reality day trips, and your suit me suit me ways
...
you have no right to calm me down - you were never that around
cold contagious...

you will get yours, you will get yours...»

Bush 'Cold contagious' (Razorblade Suitcase, 1996)

Tuesday, September 06, 2005

Da "ética da ambiguidade" - Step 4

Aprendi que o meu motor de existência é o combate à minha auto-percepcionada insignificância. Não sei realmente como nem porquê. Mas sei que é por isto que luto: contra a minha profunda e estrutural insignificância. E é para isto que vivo.

by fiona bacana

Monday, September 05, 2005

Is it ticking?!

Não sei se está ou não...mas vieram-me lágrimas aos olhos quando vi isto. Ou então é só SPM...: )

by fiona bacana

Sunday, September 04, 2005

Flavour of the week..end


E ainda há quem diga que um animal é só, é só!, um animal. Que não compreendem os afectos, a preocupação, o olhar diluído e embevecido nas pequenas exibições que fazem.

A estas pessoas que acham que um animal é só, é só!, um animal, pergunto se sabem o quão fácil para eles é o amor incondicional. Podemos estar mal-dispostos, rezingões, até embirrar fortemente com eles porque pela enésima vez nos sujaram as calças pretas de pêlo. É esta a grande lição dos animais: amam melhor do que nós.

by fiona bacana