Sunday, March 27, 2005

Da ausência

Um pássaro a motor leva-te e assim torna-se, ainda mais uma vez , tão claro (como se fosse preciso): a realidade é crua na forma como nos mostra como o sonho se esfarela perante a insistência de um ponto de convergência de vida. Há relações que não são reformuláveis. Ponto. Talvez tu, talvez um dia, alguém parecido contigo diferente de ti.

by fiona bacana

"Quero dizer-te uma coisa simples: a tua ausência dói-me. Refiro-me a essa dor que não magoa, que se limita à alma; mas que não deixa, por isso, de deixar alguns sinais - um peso nos olhos, no lugar da tua imagem, e um vazio nas mãos. Como se as tuas mãos lhes tivessem roubado o tacto. São estas as formas do amor, podia dizer-te; e acrescentar que as coisas simples também podem ser complicadas, quando nos damos conta da diferença entre o sonho e a realidade. Porém, é o sonho que me traz a tua memória; e a realidade aproxima-me de ti, agora que os dias correm mais depressa, e as palavras ficam pressas numa refracção de instantes, quando a tua voz me chama de dentro de mim - e me faz responder-te uma coisa simples, como dizer que a tua ausência me dói."

Nuno Júdice, Ausência

2 comments:

Anonymous said...

Ao ler estes textos, só sinto que mergulhei numa piscina

Anonymous said...

All of me, why not take all of me?

Take my lips - I want to lose them
Take my arms - I’ll never use them

You took the part - that once was used to be my heart
So why not - why not take all of me...