Friday, October 28, 2005

E então o que estou eu aqui a fazer? (Presunção e água benta...)

Aqui percebi, dúvidas existissem, que não tenho a mínima vontade de cá ficar. Um dia terei a coragem de voltar as costas a tudo e a todos e integrar um qualquer programa de protecção a testemunhas de crimes violentos.

E, tal como em 1998, volto a afirmar: no dia em que não tiver mais família, não é neste país que quero estar. É aqui. Ou aqui. Já que a paranóia do terrorismo impede-me de ir para o long time desire de estar aqui.

Fosse eu escuteira (com 'u' ou com 'o', que se f***) até diria: palavra de escuteiro.

by fiona bacana

7-6, após prolongamento

«O Tribunal Constitucional considerou inconstitucional a proposta de referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez aprovada pelo Parlamento, por entender que apenas em 15 de Setembro de 2006 se inicia uma nova sessão legislativa.

O diploma tinha sido aprovado pelo Parlamento a 28 de Setembro com os votos dos socialistas e do Bloco de Esquerda (BE), depois de o Presidente da República ter rejeitado, em Maio, uma proposta igual, alegando que não havia garantias de participação significativa na consulta popular em pleno Verão.A Constituição estabelece que as propostas de referendo chumbadas pelo Presidente da República não podem ser renovadas pelo Parlamento na mesma sessão legislativa.PS e BE argumentaram na altura que a 15 de Setembro se tinha iniciado uma nova sessão legislativa, enquanto a restante oposição considerou que a sessão se iniciou após as legislativas de Fevereiro e só termina a 15 de Setembro de 2006, como agora concluiu o TC.

O primeiro-ministro, José Sócrates, quando confrontado com as notícias que apontavam para o chumbo do referendo pelo TC, admitiu a alteração da lei exclusivamente pela via parlamentar, abdicando, assim, do compromisso eleitoral de realizar um novo referendo.»

in publico.pt

by fiona bacana

Wednesday, October 26, 2005

Uma tourada

Quando vejo isto e o show mediático à volta da apresentação da candidatura do Prof. Cavaco Silva; mais o afónico Jerónimo, mais o cismático Louçã e o poeta ingénuo Alegre;
Quando vejo as perguntas dos jornalistas, os editoriais nos jornais, os candidatos independentes;

...só me lembro de uma musiquinha que me habituei a ouvir desde pequena (filha de intelectual de esquerda com monárquica dá nestas coisas....), letra de Ary dos Santos e música de Fernando Tordo (1974):

«Entram velhas doidas e turistas, entram excursões
entram benefícios e cronistas, entram aldrabões
entram marialvas e coristas entram galifões - de crista.

Entram cavaleiros à garupa do seu heroísmo
entra aquela música maluca do passodoblismo
entra a aficionada e a caduca mais o snobismo - e cismo...

Entram empresários moralistas
entram frustrações
entram antiquários e fadistas
e contradições
e entra muito dólar muita gente que dá lucro aos milhões

Valha-nos, para revanchismo missiónico, a investigação à banca. Eu, por mim, fico satisfeita.

by fiona bacana

Tuesday, October 25, 2005

Alquimia - Clã in Vivo

Quando juntamos Manel Cruz (Pluto, ex-Ornatos Violeta)




e Manuela Azevedo
Só pode dar nisto...

«Lá voltaste a puxar para ti o lençol
Como que a privar meus sonhos do último raio de sol
Amigos são sobras do tempo
Que enrolam seu tempo à espera de ver
O que não existe acontecer

Mas teimas em riscar o fim do meu chão
Nunca medes a distância
Dos passos á razão

Meus votos são claros na forma
Desejo-te o mesmo que guardo p'ra mim
E o que não existe não tem fim

É só dizer e volto a mergulhar
Voltar a ler não é morrer é procurar
Não vai doer mais do que andar assim a fugir
Deixa-te entrar para tentar ou destruir

Mas quem te ouviu falar
Pensou tudo vai bem
Só que alguém vestiu a pele
Que nunca serve a ninguém

E a dúvida está do meu lado
Mas eu não consigo olhá-la e achar
Ser esse o lado em que ela deve estar

Erguemos um grande castelo
Mas não nos lembramos bem para quê
E é essa a verdade que se vê »

Amigos de Quem, letra Manel Cruz e música de Hélder Gonçalves

Monday, October 24, 2005

Flavour of the weekend - Helenikos

Minhas amigas (e amigos): o DEUS GREGO EXISTE. E toma café no único restaurante grego da cidade invicta.

by fiona bacana

Friday, October 21, 2005

Ironia do destino é

Depois de ter entrado na lista negra do Sargento, ter lugar de honra à direita do Comandante, numa exibição pública de conhecimento.

Haja fé nas patentes...

by fiona bacana

Thursday, October 20, 2005

Carmen de Bizet - Grande Ópera da Kazan


Lânguida, cínica, provocadora, intempestiva. Assim é Carmen, cigana de uma fábrica de tabaco da Sevilha da década de vinte do século XIX.

Febril, autoritário, inconsistente, ambivalente, pecador. Assim é D. José, militar que, depois de seduzido, ainda tenta resistir a Carmen. Dividido entre o dever e o prazer, acaba por ceder - deixa fugir Carmen do castigo policial que lhe estava destinado.

Carmen não se apaixonou por D. José à primeira vista. Deitou-lhe uma flor, num desagrado provocador, quando foi o único militar que não tentou seduzi-la. Despeitada, portanto, apaixona-se (?) por ele.

Encontram-se nas montanhas como foragidos. Carmen, cigana e habitualmente perseguida, lida bem com o estilo de vida. D. José, militar habituado a colocar a lei acima de tudo, tortura-se; em cada gesto ou palavra mais azeda de Carmen, vê a confirmação que, para ela, D. José é somente um capricho.

Depois de o acaso fazer com que os caminhos de ambos se separassem momentaneamente, D. José reencontra Carmen na Praça de Touros com Escamillo, toureiro renomado e galanteador, com o desafogo de vida que D. José não tem.

Carmen aceita flores de Escamillo. D. José não aceita ver o que sempre receou. E acaba por matar Carmen.

Carmen de Bizet é paradigmático das vicissitudes do relacionamento amoroso. Seja em 1820 ou em pleno século XXI: há mulheres que vivem no fio da navalha necessidade de proximidade - autonomia, e há homens que não conseguem lidar com isso.

by fiona bacana

Sinais dos Tempos

Ela 1 - Olha, ontem fui à ópera!
Ela 2 - Foste à Oprah?Uau!

Ela 1 nem sequer respondeu a Ela 2. Achou que não valia a pena.

by fiona bacana

Tuesday, October 18, 2005

Mocidade, Mocidaaaaaaaaaaaaaadeeeeeeeee

Hoje acordei com esta música na cabeça.

All I can say is that my life is pretty plain
I like watchin' the puddles gather rain
And all I can do is just pour some tea for two
and speak my point of view
But it's not sane, It's not sane
I just want some one to say to me
I'll always be there when you wake
Ya know I'd like to keep my cheeks dry today
So stay with me and I'll have it made


And I don't understand why I sleep all day
And I start to complain that there's no rain
And all I can do is read a book to stay awake
And it rips my life away, but it's a great escape
escape......escape......escape......


No rain, Blind Melon

e, já agora, com este menino na cabeça, ícone da minha mocidade: shanon hoon.



Ai, ai, ai (suspiro).

by fiona bacana

Friday, October 14, 2005

Life note (voltando ao efeito borboleta)

Juntei os joelhos, prendi-os e fumei mais um cigarro. Percebi que não te podia ter amado nem mais nem melhor do que o fiz. Se há reconhecimento no caos, quando as cores não batem certo nem os dias têm ordem, então reajo inutilmente. De que me interessa combater o fuso horário e as correntes da civilização se no fim o resultado é o mesmo?

E então choro sem o teu perdão. Porque faça o que fizer ficarei sem ti; faça o que fizer e diga o que disser.

by fiona bacana

Fiona concretiza um sonho!

Ter um homem a dizer-me:

«Non mi preoccupo per voi? Dovete essere pazzeschi! Voi sia sempre sul mio cuore!»

Pronto. Venha o próximo!

fiona bacana

Wednesday, October 12, 2005

Vesti-me de...

Vesti-me de sombra,
vesti-me de água,
vesti-me de madrugada, de madrugada evaporada.

vesti-me de nevoeiro,
vesti-me do frio das ruas,
vesti-me do cigarro encorporado, fumo da cor das núvens.

Vesti tudo o que vi só para me proteger do frio, do frio que tu podes trazer.
E vesti tudo o que vi e pude apanhar, só para evitar o mal que me podes fazer.

Porque hoje, finalmente, as minhas pernas tremeram. E o meu estômago embrulhou-se. E senti a tua mão e não foi como antes. E talvez seja de hoje, do dia de nevoeiro, do sol entreaberto e dos trovões, das núvens e do "beijo daqueles que sabem a maresia e levam a aragem do mar". Mas só por isso, só por ser hoje, vesti-me assim só para tu me despires. Despires da sombra, do nevoeiro.

Hoje por hoje. Sem saber que hoje será amanhã.

by fiona bacana

Monday, October 10, 2005

Flavour of the weekend - o berço da nacionalidade ou


...ou sobre como a vida nos ensina a valorizar a descoberta de novas pessoas que fazem o favor de entrarem na nossa existência.
...ou sobre como o trabalho corrompe, muda, transforma mesmo aqueles que nós pensávamos estarem lá, intangíveis e imutáveis nos seus princípios.
...ou sobre como não há forma de lidar com a perda, simbólica ou real.
...ou sobre como (me) é difícil responder à simples pergunta «como estás?, estás bem?», porque nunca sei o que dizer, por isso ignoro, tomo como pergunta retórica e silencio-me.
...ou sobre como é tão estranho saber tanto (e no entanto tão pouco!) sobre uma (duas) pessoas e ter a noção de que elas não sabem nada sobre mim.
...ou sobre como é tão delicioso estar sentada no centro do centro do berço da nacionalidade, entre um pneu, uma vidago morango que afinal tem tantas calorias como uma coca-cola e um café, na companhia de gente tão bonita que me faz dizer: é para isto que vale a pena estar viva.

by fiona bacana

Sintonia Familiar é

vir do Gerês para o Porto com os meus-filhos-emprestados-por-5-dias, com os Toranja aos berros e os 3 a gritarmos: devolve-me os laaaaaaçossssss meu amooooooor...

by fiona bacana

Thursday, October 06, 2005

Boa notícia do dia - Parte II


31 de Outubro, Coliseu de Lisboa.
31 de Outubro, véspera de 1 de Novembro, feriado (note-se o léxico de vítima esclavagista).
Aí vem mais um fim de semana da bimba do norte com os primos barbie e ken.

by fiona bacana

Boa notícia do dia - Parte I


Maria Rita voltou com 'Segundo'.
Vamos lá a ver se a rapariga tira novamente um coelho da cartola, depois de ter todo o Brasil que conta a compôr para ela (ou para a filha de Ellis Regina). Agora é ela quem produz, em parceria com ... Lenine. (Bem, verdade verdadinha que este moço me desiludiu profundamente ao aparecer em público com o abrunhosa - será que se nota o desprezo pelo tamanho da letra?).

Aguardo ansiosamente. Maria Rita Mariano, tão Ellis que até arrepia, volta à carga...

by fiona bacana

Thursday, September 29, 2005

A year ago

Há um ano atrás assisti à queda de um mito pessoal.

Crescer agarradinha aos livros da Simone de Beauvoir tem destas coisas e internalizei a ideia de uma vida completa na minha casinha forrada a livros de capa nobre, sozinha, rodeada de serigrafias, álbuns de vinil e cd's. Uma vida em que era possível acordar de manhã e deixar correr a música pelos corredores decorados a tons minimalistas. Internalizei a ideia de que o desenvolvimento intelectual estava associado a uma charmosa solidão.

Por acaso, ou talvez não, tinha uma tia assim. Uma tia que se emancipou numa altura em que as mulheres que fumavam eram vistas como mulheres da vida. Não conseguiu lidar com as regras autoritárias do meu avô, e foi viver para Cascais. Viveu a era dourada do Frágil. Tirou o curso de Literatura Inglesa e Alemã, mas nunca deu aulas (não tinha pachorra). Viveu com o homem por quem se apaixonou aos 19 anos, ele mais velho do que ela quase 15 anos, contra tudo e contra todos. Contra regras sociais impostas, contra brasões, contra o diz-que-disse. Que eu saiba (que eu saiba...) foi o único amor da vida dela.

Continuou a vida dela. Dilacerada, mas continuou. Fez da frase as árvores morrem de pé um lema. Ressurgiu várias vezes na minha vida, em alturas marcantes - por acaso ou talvez não.

A última vez que ressurgiu na minha vida foi para morrer 6 meses depois. Uma morte estúpida, como todas as mortes de quem sai daqui demasiado cedo. Por negação, deixou que a doença que dizima a família (a minha e a dela, ou o que resta disso) tomasse conta dela. Porque quis morrer como sempre viveu: à maneira dela. De nariz empinado, solitária passeando a cadela à beira-mar, com os livros debaixo do braço. Um cigarro e um café na esplanada na Granja. Intencionalmente ou talvez não, as melhores amigas dela tinham a minha idade ou pouco mais.

Há um ano atrás, entre um abraço de um primo no funeral e os momentos a sós em que estive com ela quando o sofrimento (para ela) já não existia, percebi que a solidão é tudo menos enobrecedora. É tudo menos charme. E que não há beleza nisto, seja ela em que formato for. Morrer sozinha (não o último acto em si, mas o processo) é abjecto. Espero eu saber como não deixar que isso aconteça comigo.

by fiona bacana

'All in all you're just another brick in the wall'

É assim que me sinto quando abro a caixa de correio electrónico profissional e recebo um mail a dizer que há um personal trainer à disposição das 9:30 às 11:00 do dia de hoje.

by fiona bacana

Wednesday, September 28, 2005

Ah, então é isso!

«Adopting one's father beliefs may facilitate commitment»

Blustein et al., 1991 in Contributions of Psychological Separation and Parental Attachment to the Career Development Process

by fiona bacana

Tuesday, September 27, 2005

De volta, enfim... DEEPEST BLUE

Queridos todos,
Em primeiro lugar gostaría de pedir desculpas pela minha longa ausência. Mas nunca de espírito, já que por motivos de maior não pude continuar a saga dos impúlsos públicos. Deepest Blue como nostalgia da saudade deste cantinho tão privado mas tão público....
Fiona Bacana tem sido incansável com este blog, a ela deve-se o princípio e o meio (sim, porque o fim não se espera por tão cedo!).
Para celebrar a nova época, pensei que nada melhor do que publicar desde já aquela que, na minha opinião, é a letra da música que irá badalar nas casas de dança por todo o mundo (House Music), neste inverno... mexeu comigo à primeira, talvez a muitos mais irá mexer!
And make some noise!!!!!!!

Deepest Blue - Give It Away

I never return to love somebody
now all that I need is all I see in you
and only you
and if you get lost I'll always find you
you're all that I need your heart will keep you true
my only you

You make me fall and I can't sleep
You're holding on but it's too deep
and I can't give it away
I just can't give it away

When you slowly close your eyes
replay the moment in your mind
just give it away
just give it away
when you slowly close your eyes
replay the moment in your mind
just give it away
just give it away

Don't ever forget to tell somebody
the feelings inside to make your dreams come true
I dream of you
to feel so alive and want somebody
it's not make believe
my world would be for you
and only you

You make me fall and I can't sleep
You're holding on but it's too deep
and I can't give it away
I just can't give it away

When you slowly close your eyes
replay the moment in your mind
breathe in and give it away
breathe out and give it away
When you slowly close your eyes
replay the moment in your mind
breathe in and give it away
breathe out and give it away.


by Sean Bacana
:D