Tuesday, July 26, 2005

E por falar em bater na mesma tecla (da Paixão de Pedro para variar)

«O amor desmembra o nosso corpo. Estralhaça-o. Mas isso não quer dizer que a comoção violenta da paixão o sacuda e faça estremecer ante a expectativa do prazer, oferecido pelo amor (...). O corpo é todas as percepções, todas as memórias, todas as expectativas, todos os sentimentos, todas as emoções, todos os outros, todos os que fui sendo, todo o real, todo o possível e todo o imaginário. A presença de alguém na nossa vida pode provocar o colapso, o caos, deixar-nos na miséria. Pode meter e mete muito medo»

E, digo eu, só assim descamamos e criamos novas peles e novas tonalidades. Qual o gozo de jogar de sabemos já qual o resultado? Como diria alguém que conheci, gosto muito de viver. E de levar tombos, de me estampar, de me arrepender, de me corrigir e desculpar, de aprender, de crescer, de calejar, de sofrer, de me arrastar, de desesperar... de viver! Porque sei que de cada vez olho par o mundo de maneira diferente ... e deslumbro-me com a descoberta, levanto-me, e cá estou eu de pé outra vez.

«O amor é esse conflito permanente e completo: liberta e agarra, é doçura e amargura, refaz e desfaz, resuscita e adormece, faz-nos sonhar e confronta-nos com a realidade pura e dura, dá à luz. Mas também tem o poder de nos matar.»

Pois. Mas só assim se vive: perdendo vida, para a ganhar.

by fiona bacana

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