Tuesday, May 31, 2005

Boa sorte, luísa

«Everyone has talent. What is rare is the courage to follow the talent to the dark place where it leads. »

Erica Jong

Que a tua coragem te leve longe...estarei aqui para ver.

by fiona bacana

Monday, May 30, 2005

The more i live, the less i know

«I am not young enough to know everything. »
Oscar Wilde

Thursday, May 26, 2005

Attachment and loss

«Combining your anxiety and avoidance scores, you fall into the fearful quadrant. Previous research on attachment styles indicates that fearful people tend to have much difficulty in their relationships. They tend to avoid becoming emotionally attached to others, and, even in cases in which they do enter a committed relationship, the relationship may be characterized by mistrust or a lack of confidence.»

Evidência empírica? A aprendiz de feiticeira andou a brincar com o próprio feitiço? Ou então não...

by fiona bacana

Ani Di Franco

Já que estou em dia de celebrar as minhas divas, algures num hall de hotel em terras de nuestros hermanos....

"i speak without reservation from what i know and who i am.
i do so with the understanding that all people should have the right to offer their voice to the chorus whether the result is harmony or dissonance. The worldsong is a colorless dirge without the differences that distinguish us, and it is that difference which should be celebrated not condemned. should any part of my music offend you, please do not close your ears to it. just take what you can use and go on."

By fiona bacana

Fiona Apple

Fiona Apple tem sido uma constante neste cantinho obscuro da net (and yet so bluntly publicised...we should get a meter for this, ha?). Só com 2 albuns ('Tidal' em 1996 e 'When the pawn' em 1999), Fiona Apple consegue reunir consensos como suprema ironia do destino. Quem nunca ouviu, que se faça à vida.

Desde Maio de 2003 que o 3º album estava pronto. Fiona Apple pagou a factura de toda a sua batalha contra as grandes empresas do ramo da música. A Sony protela, então, a saída do album. Nada feito de Fiona. Ou não! Um qualquer e-mule devolve-nos a uma Fiona dramática, histriónica, diferente (nem para pior nem para melhor) das sonoridades anteriores.

Aqui vai o alinhamento, para quem quiser saber de 'Extraordinary Machine':
Not about love
Red red red
Get him back
Better version of me
Oh well
Oh sailor
Used to love him
Window
Waltz
Extraordinary machine
Please please please

Obrigada, luísa, por um pedaço de música como este.

by fiona bacana

ps: para conhecer melhor: www.fionaapple.org.

Wednesday, May 25, 2005

Minhas queridas 'cobaias'

«This study tested a proposed model investigating the relations among attachment to and separation from parents, career self-efficacy, and career aspiration over a 5-year period with a sample of 207 young women. Results suggested that being attached to parents may lead to the development of confidence in pursuing career-related tasks, which in turn influences career aspiration. Separation from parents did not have direct effects on career self-efficacy. Results also indicated that women's career plans changed over a 5-year period with young women selecting more traditional and less prestigious careers than those to which they aspired in their senior year of high school. In addition, these women chose careers that underutilized their abilities. Finally, this sample of young women intended to have both careers and families, and the majority of these women ranked family as more important than career. »

O'Brien,-Karen-M; Friedman,-Suzanne-Miller; Tipton,-Linda-C; Linn,-Sonja-Geschmay

by fiona bacana

Caos, anti-caos e efeito borboleta

«Schoppenhauer points out that when you reach an advanced age and look back over your lifetime, it can seem to have had a consistent order and plan, as though composed by some novelist. Events that when they occurred had seemed accidental and of little moment turn out to have been indispensable factors in the composition of a consistent plot.

So who composed that plot? Schoppenhauer suggests that just as your dreams are composed by an aspect of yourself of which your consciousness is unware, so, too, your whole life is composed by the will within you.

(...)

The whole thing gears together like one big synphony, with everything unconsciously structuring everything else.»

É, deve ser por isso. Voltarei a esta história da teoria caos e anti-caos. Mais tarde, quando esta dor de cabeça de muralhas passar : )

by fiona bacana

Monday, May 23, 2005

Coisas do Lula

Ê bem quiría nú mandá-às piada áqui no Blogui nã, mais ehta tá boa pá dédéu!!!.... :D

"Marisa perguntou a Luís Inácio:
-- Que é leptospirose?
E Luís Inácio respondeu na bucha:
-- Uma doença que ataca os usuários de laptops.É transmitida pelo contato com a urina do Mouse."


By: Deivide Anysio Jonsom

'The pupil in denial' (sim, tu...)

Só hoje realizei que deixas em mim a maneira mais...impactante...emocional...de pele e de olhar... de lavar os dentes.

Também nisso és o que de melhor houve e há em mim. A aluna agradece ao mestre.

by fiona bacana

Momento alto do dia

«Como se faz uma omelete de chocolate?
COM OVOS DA PÁSCOA!!!!»

by fiona bacana

Música do Dia

Djavan - Eu te Devoro

Teus sinais me confundem da cabeça aos pés
Mas por dentro eu te devoro
Teu olhar não me diz exato quem tu és
Mesmo assim eu te devoro, te devoraria...
A qualquer preço porque te ignoro ou te conheço
quando chove ou quando faz frio
Noutro plano te devoraria tal Caetano
A Leonardo di Caprio
é um milagre...

Tudo que Deus criou pensando em você
Fez a Via-Láctea, fez os dinossauros
Sem pensar em nada fez a minha vida e te deu
Sem contar os dias que me faz morrer
Sem saber de ti jogado à solidão
Mas se quer saber se eu quero outra vida...
Não...não
Eu quero mesmo é viver, pra esperar, esperar

Uma frase solta no Metro do Porto

"Eh pah, concordo que o Porto não possa ganhar sempre. Mas ser o Benfica a ganhar é que não, pah!!"

by: Me

Dos seis milhões e Picos

Tanto barulho, tanta folia! As ruas que se enchem de vermelho e branco depois de onze anos de seca e improdutividade. Na verdade a teoria ou posição doutrinal benfiquista dos seis milhões de sócios/simpatizantes terá agora a sua derradeira oportunidade de se provar. Ainda mais, num país socialista em que vivemos (sim, porque quando os socialistas estão na mó de baixo, a abstenção sobe em flecha!), onde a juventude aposta num bloco irracional de esquerda, e onde os nostálgicos de terceira idade ainda sonham com o comunismo anterior ao 25 de abril, penso que é este o momento de cada um dos portugueses, aglomerados nesses milhões, provar que as suas escolhas (princípios) são de facto, racionalmente (ambíguo, não?), do melhor que o país tem.
Esqueçamos então um clube campeão da UEFA, esqueçamos então o clube campeão da Europa, (e que dificuldade, está tão presente!) esqueçamos então o clube campeão do mundo! Esqueçamos as políticas que tentaram nos tirar da fossa, e que tentaram fazer o país vestir um pouco mais de roupa (sim, porque puseram-no de tanga!), mas relembrando sempre os bombistas que minaram Santana Lopes.
Tanto barulho! Tanta folia! um crédito para ver a esquerda levantar o país; mais um crédito para ver o benfica consolidado e(!) campeão da europa, quiçá do mundo (dois/três créditos então,vá...). Veremos no que dá...e boa sorte Portugal!!

By: Sean Legal

When you look at me

am i incomplete?

by fiona bacana

Domingo, 22. Mai, por volta das 21h

Pronto, será que agora podemos deixar de ser um país de gente ineficaz e improdutiva?

by fiona bacana

Obrigada Sr. Dr...

«As pessoas nunca esquecem, começam é a lembrar-se menos vezes».

by fiona bacana

Sunday, May 22, 2005

O CHOQUE TECNOLÓGICO (Transcrição de escuta telefónica)

(22h27. A liga a B) - Prof. Mariano Gago? Tás bom, pá? É o Zé Sócrates. Oh, pá, ajuda-me aqui. Comprei um computador, mas não consigo entrar na Internet! Estará fechada? - Desculpa?.... - Aquilo fecha a que horas? - Estás a gozar, ou quê? Ok, não estás... Hmmm...meteste a password? - Sim! Quer dizer, copiei a do Freitas. - E não entra? - Não, pá! - Deixa-me ver... qual é a password dele? - É uma série de estrelas pequeninas, cinco, acho eu... - Pooooooo....Bom, deixa lá agora isso, depois eu explico-te. E o resto, funciona? - Também não consigo imprimir, pá! O computador diz: "Cannot find printer"! Não percebo, pá, já levantei a impressora, pu-la mesmo em frente ao monitor e o gajo sempre com a porra da mensagem, que não consegue encontrá-la, pá! - (incompreeensível)....Vamos tentar isto: desliga e torna a ligar e dá novamente ordem de impressão. (22h30.Fim da chamada) (22h32. A liga novamente a B) - Mariano, já posso dar a ordem de impressão? - Olha lá, porque é que desligaste o telefone? - Eh, pá! Foste tu que disseste, estás doido ou quê? - (incompreeensível)...Dá lá a ordem de impressão, a ver se desta vez resulta. - Dou a ordem por escrito? É um despacho normal? - Oh, Zé...poooooooo....Eh, pá! esquece....Vamos fazer assim: clica no "Start" e depois... - Mais devagar, mais devagar, pá! Não sou o Bill Gates... - Pois não...(incompreensível) Se calhar o melhor ainda é eu passar por aí...Olha lá, e já tentaste enviar um mail? - Eu bem queria, pá!, mas tens de me ensinar a fazer aquele circulozinho em volta do "a". - O circulozinho...pois.... Bom...vamos voltar a tentar aquilo da impressora. Faz assim: começas por fechar todas as janelas. - Ok, espera aí... - .Zé?...estás aí?... - Pronto, já fechei as janelas. Queres que corra os cortinados também? - Não, quero que te sentes, OK? Estás a ver aquela cruzinha em cima, no lado direito? - Não tenho cá cruzes no Gabinete, pá!... - Pooooooo....poooooooo....Zé, olha para a porra do monitor e vê se me consegues ao menos dizer isto: o que é que diz na parte de baixo do écran? - Samsung. - Eh, pá! Vai para o.... (22h37. B desliga) - Mariano?... Mariano?...'Tá lá?...Desligou... (22h37. A desliga. Fim de transcrição)

Friday, May 20, 2005

Crashei

What i've got is yours to take.
What i am is yours to make.
It's all yours to make it mine.

by fiona bacana

Tuesday, May 17, 2005

Dos toranja - 'segundo'

'Confiar' na crueldade do dedilhado.
'Laços', devolve-me a sonoridade palmiana. 'Podes vir amanhã acreditar no mesmo deus....'
'Ensaio', 'agonia a escorrer nas paredes. 'Torna-se evidente que ...FALAS DEMASIADO ALTO PARA QUEM ESTÁ TÃO LONGE.'
'Música de filme' parece mesmo de banda sonora de um filme de Teresa Vilaverde.
Batida de 'ciclo' fica, bate, martela.
'Quebramos os dois'...tiago bettencourt só com piano. Um registo já visto em 'esquissos', igualmente abstracto, aquela coisa que nos deixa de olhos esbugalhados, com vazio e vácuo.

Mas...'Confiar' é o verdadeiro par de estalos psicoterapêutico.

by fiona bacana

Porquê? Eu explico-te porquê

«Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo mas tu não.

Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos
Porque os outros calculam mas tu não.»

«Porque»
Sophia de Mello Breyner

by fiona bacana

Sunday, May 15, 2005

Da Solidão

Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo...
Isto é carência.
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar...
Isto é saudade.
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos...
Isto é equilíbrio.
Tampouco é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente, para que possamos rever a nossa vida...
Isto é um princípio da natureza.
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado...
Isto é circunstância.
Solidão é muito mais do que isto.
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma.


Francisco Cândido Xavier

"Esperança não é fazer de conta que nunca há qualquer tristeza É saber simplesmente que os nossos problemas ficarão para trás no amanhã."

By: Grimm Stormberg

Corgo, Praia do

Vidros altos, fortes. Mar bravo, vento intenso. Um café e o conforto de que afinal só é preciso uma sms e andar uns kilómetros para estar com quem se gosta.

O mar bate, vai e volta, e nós estamos aqui. Com mais cabelos brancos, com mais rugas ('ruuuugggggaaaaaaaaaaaaaaasssss, as minhas primeiras rugas', ai alexandra lencastre, se eu pudesse ter as tuas rugas!....), teoricamente mais crescidos, com mais responsabilidades. A parte fantástica de tudo isto é que é puramente ilusório. Somos igualmente infantis quando nos rimos, até doer a cara, das piadas do 'balas e bolinhos'.

Moço... : )

by fiona bacana

Wednesday, May 11, 2005

O Enterro

Saindo do supermercado, um homem se depara com uma inusitada procissão de funeral. Primeiro, vinha um caixão preto. Depois, um segundo caixão preto. Em seguida, um homem sozinho levando um pitbull na coleira.Finalmente, atrás dele, uma longa fila indiana, só de homens.
Sem conseguir conter a curiosidade, ele se aproxima delicadamente do homem com o cachorro e diz:
- Meus sentimentos por sua perda. Eu sei que o momento não é apropriado, mas... eu nunca vi um enterro assim... o senhor poderia medizer quem faleceu?
- Bem... no primeiro caixão está a minha esposa.
- Sinto muitíssimo! O que aconteceu com ela?
- Meu cachorro... ele a atacou...
- Que tragédia!... e o segundo caixão?
- Minha sogra... ela tentou salvar a filha...
Fez-se um silêncio consternado e pungente. Os dois homens olham-se nos olhos.
- Me empresta o cachorro?
- Entra na fila...
:)

by: Sean Bacana

Are you drowning or waving?

Alguém chamar-lhe-ia 'pós-operatório'.
Adormeço por volta das 2 depois de 11h e meia de trabalho.
Depois de, mais uma vez, aceder à queda da imortalidade de gente que passou a ser parte da minha vida sem eu perceber muito bem porquê ou como.
Telefono e falo. Conversa de 'como foi o teu dia'. Jantar um dia destes, para acabar a conversa que ficou a meio pela tua necessidade de rigor inconsequente (face ao contexto) e os meus ataquinhos de menina armada ao complexo (quando também não havia necessidade disso, provavelmente uma fuga). Já te disse e volto a dizer: quero amar-te. Ajuda-me a não ser estúpida.

E depois vem o telefonema vindo do mundo real. Eu entendo o que queres dizer. O 'sais de um fdp e metes-te noutro?' abanou profundamente. Eu sei que não me queres ver magoada. Mesmo descontando o efeito espelho que vês nele (assusta sempre, não assusta?), eu sei, 'racionalmente', que tens razão. É curioso: presa por ter cão e presa por não ter. Tu dizes que eu acredito demasiado. Ele diz que eu sou estúpida porque não acredito nele.

«Eu tenho 28 anos...eu tenho 28 anos!O que é que eu estou a fazer à minha vida?». Ecoou na minha cabeça a noite inteira. Vira de um lado, vira do outro. São 6 da manhã e não consigo dormir. Siga para duche. Saio às 7 de casa, desnecessariamente. Vou para o spot dos surfistas, deve já haver algum sítio onde possa tomar o pequeno-almoço. As ondas altas, frias e escuras sempre me apaziguaram. Leitor de mp3 em riste, volume no máximo, «maybe i will find you in another place, maybe i will find you with somebody else...the game is set and too much players again...and here we are...in front of them again». Os olhos começam a pesar. Escrevo no livrinho preto que a luísa fez o favor de introduzir na minha vida. Pode ser que me ria disto daqui a uns tempos.

Para já, sinto só que cada dia acarreta decisões que, por estar na vertigem da vida, podem ser decisivas, determinar um rumo que pode ser irreversível. Não há fórmulas, não há regras, não há manuais. Pode ser isto que faz a magia da vida, mas que é lixado, lá isso é. Bem vistas as coisas, a diferença, ao longe, entre o esbracejar por socorro e o dizer adeus, não é grande.

by fiona bacana

Monday, May 09, 2005

«Songs were made to make you cry»

Obrigada.
Obrigada Sónia, Nuno, Miguel e John.

Obrigada por me terem vindo as lágrimas aos olhos, bloqueadas há demasiado tempo.

Na fase em que a tentação é deixar que a rotina se instale, tipo cansaço de dar murros em ponta de faca, é regenerador encontrar algo, seja efémero ou então não, que nos faça emocionar num desterro com mais pó que ar, com mais 40 mil pessoas à volta.

Obrigada por ‘cube’. Obrigada por ‘5 minutes of everything’.

E Sónia, estás a dominar o palco como nunca…

by fiona bacana

«Só para que saibas, 'cube'»

‘Só para que saibas’ que te desejo uma boa viagem…e que espero que consigas o que sempre afirmaste não querer. Vais talvez então perceber que o 'fazer' alguma coisa na vida pode ser tão importante como 'ser' alguma coisa na vida.

«Please stop. Don’t walk, don’t talk, this time I must be strong enough. No, it’s not enough, so I’ll raise my head up high and lift my voice high and do it with pride. This time I’ll make things right, this time I won’t look back, time will not go back, I’ll find myself this time.»

The gift, ‘cube’.

by fiona bacana

«Do lua(r)» (o fim de tudo é UM recomeço)

Se consegui aquilo que queria, então porquê este enjoo de tristeza?

Ajuda-me. Porque eu devo ser mesmo estúpida: tu falas e eu não te compreendo. Mutismo afectivo ou dislexia emocional, venha o diabo e escolha. Eu quero acreditar em ti, dar-te a minha mão e deixar-me levar. Quero a tua segurança. Não me deixes estragar isto com os meus ataquinhos de menina armada a nórdica.

by fiona bacana

Do 2.20 (TGV)

«Custa-me ouvir-te falar assim de ti própria.»

E, irónico, também eu ouvi alguém dizer-me precisamente isto.
Na altura, senti que eram os bons olhos da pessoazinha que a levava a tamanha aberração. O que gostava em mim reflectia-se na sua incapacidade e intolerância para lidar com o meu esquema mental dizimador de mim própria. Ela chamava-me isso. Eu chamava-lhe madrinha.

Como ela dizia: tu não precisas de inimigos, és a principal inimiga de ti própria. Nem tens nada a recear na vida, porque mais ninguém tem o potencial de te fazer mal como tu tens o talento para te auto-destruires.

Concordei moderadamente. Mas sempre senti que a avaliação não era objectiva (ou o quão objectiva se pode ser nestas coisas) e dei o desconto com um sorriso enternecedor, ainda que descrente.

Mas contigo é diferente. Que te sintas mal ao ponto de não teres ar para respirar, compreendo. Compreendo que sintas, pior do que sozinha, só. Que sintas o que todos nós sentimos a uma determinada altura: angustiados, revoltados, feridos, sentidos pelo sentimento de termos sido enganados….isto afinal não é o que nos venderam! Não há um testo para cada panela, nem é garantido que alguma vez cheguemos a sentir o que toda a gente foi ensinada a achar: os happy ends não abundam.

Tudo isso eu compreendo. Custa-me ver-te assim, porque faz de toda a gente à tua volta impotente, mas compreendo. E não é ver-te a perder a inocência que me custa, porque não é muito diferente de perder a virgindade: é por um bem maior.

Agora o que me custa mesmo é ver-te a falar assim de ti própria. Porque, mesmo não sendo a objectividade o meu forte (simplesmente porque para mim é uma falácia), sou capaz de me distanciar e perceber que pior do que o tempo de vida que perdes, é estares a criar uma ideia de ti própria claramente inferior e desajustada.

Tu não és assim, tu não és o que dizes. Estás é a aprender a sê-lo. Ao ponto de começar a fazer parte de ti própria. Irónica, amargurada e, pior do que tudo, começas a ficar confortável nessa pele…e estás a acreditar nisso. A acreditar no que te fazem sentir, para te manterem, instrumentalmente, nessa situação. Porque é assim que tu te vais ficando aí, como se quer…menininha obediente, com desafio q.b. (mas tudo muito limitado) e auto-desvalorizante. Só assim te manténs à mãozinha de semear.

by fiona bacana

Sunday, May 08, 2005

Memória de um Louco

A meia noite o sol brilhava no horizonte, um velho preto com sua cabeleira clara, sentado numa pedra de madeira, contemplava de olhos fechados a beleza da natureza. Ao seu lado direito o cego lia o jornal sem letra de cabeça pra baixo. Atrás, um jacaré voava com grande velocidade e um pouco adiante, um elefante descansava a sombra de um pé de couve. A esquerda um mudo que dizia: o mundo é uma bola quadrada que navega em um copo d`agua. Era não noite, o sol brilhava entre as trevas de um dia claro, sentado em pé numa pedra de madeira, calado dizia: prefiro a morte do que perder a vida! Longe dali bem perto, num bosque sem árvores, onde os pássaros pastavam alegremente pelo ar e as vacas saltavam de ramo em ramo a procura de seus ninhos, um careca enquanto penteava sua linda cabeleira loira dizia: Os quatro profetas do mundo são três Moises e Elias!!

By: Sean Bacana

Friday, May 06, 2005

Sexta-Feira 13 de Queima

Que seja 6 de Maio, mas quando é Sexta-Feira de Queima...tudo se transforma. Desde a visão do Estudante, como o arrepio do Finalista. Ok, Sábado é o último dia, mas a Sexta é a sexta, pois claro! Não que as coisas se tornem sombrias, se bem que a clarividência esbate-se, mas tornam-se sentidas, por estarmos tão próximos do fim.
Eu cá só me regozijo, ainda me faltam uma ou duas. Na verdade é engraçado servir uns copos e olhar nos olhos de cada pessoa que é servida. Como as intenções são tão diversas!! Como as vivências divergem! Ao fim de uns tantos copos servidos, ao fim de umas poucas palas, tudo se torna mais linear..bastante mais convergente e uniforme. Ninguém é imune aos copos servidos. E quando a luz do dia raia, o efeito já está para além da resposta. Por eles eu passo, e caminho lentamente. Uns corpos pesados, outros caídos. Por fim, é Sexta. Sexta-Feira de Queima das Fitas....

by: Sean Bacana

Hoje já é 6ª!

«Esta é só uma noite para me vingar
do que a vida foi fazendo sem nos avisar
foi-se acumulando em fotografias
Em distâncias e saudades
numa dor que nunca acaba
e faz transbordar os dias»

Vou voltar a ser impune! Por uma noite que seja, mas vou voltar a ser impune!

by fiona bacana

Thursday, May 05, 2005

De um sol abrasador em serralves - amor e matemática

«A geometria dos triângulos amorosos. O frio calculismo das traições. A matemática do sexo, com seus problemas sem solução. A diminuição de um sentimento, a soma de dois desejos. A divisão de um coração, a multiplicação das culpas. A paixão elevada à última potência. A raíz quadrada do ódio, o fraccionamento das emoções. O ímpar que há nos pares e o paradoxo do amor infinito. »

Nota do editor de «Aritmética», de Fernanda Young

Não poderia ter vindo mais a propósito...pois não, Madalena?

by fiona bacana

Estalo do dia

«A sombra da neurose te persegue há quantos anos?»

Fernanda Young
«Aritmética»

MEN!!!

"Respect the Cock, Tain the Cunt!"

Quote by Frank T. J. Mackey (Tom Cruise)
in "Magnolia"

Nunca mais é 6ª

Queima das Fitas e The Gift.
Junta-lhe vodka com limão.
Junta-lhe o voltar a ver as alminhas que comigo entraram no «prisma inverso da ascenção».
Não podia ser melhor.

É, nunca mais é 6ª.

«Next time you'll have time to ask why
L-O-V-E is a hard hard thing to keep
Then you'll understand what I'm saying»

11:33 The Gift

by fiona bacana

Wednesday, May 04, 2005

Do Livro I ao Livro V

Que cansaço de livros, parecem que as letras dançam. Estudo, estudo, estudo, avanço por cada página. Nem sempre o conhecimento se prende, mas o que interessa é avançar!!
São os marcadores, os post-its, as canetas que dão colorido a preto e branco. Um artigo ou Artigo um: " Fontes Imediatas " (da saberdoria???). Página por página avançamos à "Intransmissibilidade"(testamentária). O Livro acaba na sucessão, como se morresse. Acaba. Mas o estudo não! Resta recomeçar. Desta vez as letras não dançam, mas sim...os livros!!

By(bye): João Pedro Marafusta

Para quê a Queima, quando se sai encharcado??(Msg da Noite)

"Que bebedeira o meu pé apanhou!!! Caiu cerveja e chegou um pito a casa"
quote by "Bidón"

Vacina anti-perda

fev.03

É como uma praga: começa por bisavôs, tios distantes. Apanha dois ou três amigos pelo caminho. É mesmo difícil lidar com esta ideia. Encaixar. Aceitar. Ter fair play para compreender. A tarefa mais difícil do que chamamos vida é perder pessoas - real ou simbolicamente. É que é um tipo de dor que não passa. Não é amenizado pela experiência nem passa arquivando o assunto. Fumam-se mais cigarros, trabalha-se até mais não poder, inventam-se 1001 projectos para tentar esquecer. Bebe-se mais, muito mais que a conta. Entupimo-nos de medicamentos e nada, mas o que se obtém é tão somente um vício e pequenas doses de consolo. Por falar em medicamentos, não há uma vacina para isto?... Cientistas e laboratórios, esqueçam clonagens e joguetes afins, unam-se neste desígnio: vacina anti-perda. Seria êxito garantido....não?...não pode ser?!...pronto.

Mas então o que fazer? O que fazer quando vemos as barreiras da nossa mortalidade a caírem, uma por uma? É um tipo de dor que não passa - apenas se transforma: negação em revolta, revolta em dor, dor em saudade. É 'ter' uma pessoa, sem a 'ter' em tempo algum, porque não somos tangíveis. Tentamos todos os dias esquecer uma verdade insofismável: o ser humano, vangloriado pela sua complexidade e nobreza da amplitude de sentimentos, afinal é dízimo da sua glória. Glória esta facilmente dizimável, óbvio.

Dizem que temos de estar preparados para a inevitabilidade da perda. Quem criou o mundo e as suas leis de inevitabilidade fez um jogo muito perigoso. Crescemos na ilusão de que tudo na vida está ao nosso alcance. Mentira. Nós é que estamos ao alcance da vida. Mais claramente: à sua mercê.

Para mim é certo: por muita gente que se perca, nunca aprendemos a lidar com isto, nem com o sentimento de impotência de não controlarmos quem sai da nossa vida. Na melhor das hipóteses, aprendemos a aceitar que não sabemos lidar nem sabemos perceber.

by fiona bacana

Tuesday, May 03, 2005

Do fuso horário

Afinal qual é a grande diferença agora? Não estamos sob o mesmo meridiano, é isso? Não temos o mesmo fuso horário, é isso? É isso que te incomoda? Mas já há quanto tempo o meu lado solar (sim, diz que existe) é o teu lado lunar e vice-versa?

Páro. Respiro fundo. Não, por aí não.

Não quero imaginar aquelas americanazinhas, taradas como só as americanas púdicas conseguem ser, a trepar por ti acima.

Dá-me a volta ao estômago. Fico enovoada, os olhos pesam ao tentar abanar a cabeça, na esperança de perder, esmagar, destruir a imagem mental que me invadiu.

Antes não era tão difícil. O sentimento de posse apaziguava-me, porque sóbria e consciente, sabia a diferença entre corpo e alma.

Mas dizem que é com estas pequenas derrotas que nos apercebemos que...perdemos a guerra. Espero perdê-la rapidamente, já não dá para sentir tanta perda todo o santo dia.

Já não aguento as perguntas. O 'tu não comes?' incomoda, mas não mata como o 'tu não eras assim...'. O 'tu não eras assim' é que me mata. Talvez isso seja bom, talvez isso seja mau, mas para já resta-me o consolo de saber que me estou a perder...e que isso é meio caminho andado para me encontrar (verdade, patrícia?).

by fiona bacana

SMS do dia - Queima das Fitas, dia 2

«Que vidas patéticas as nossas, mano, com medo do que temos, com medo do que queremos. Será que alguma vez nos vamos desprender?»

Os outros têm casamentos, têm filhos, têm casa, têm saleiros, têm seguros de saúde para agregados familiares.

Nós temos a Queima das Fitas, o Marlboro e o L&M, o Jonhy Walker com água do castelo (e 2 pedras de gelo) e o vodka com limão. Temos as conversas existenciais às 8 da manhã. Temos o medo de não crescer nunca, temos o medo de ficarmos sozinhos. Começo a achar que o problema é nosso. Não são eles que são caretas, mano!Nós é que sofremos de um atraso desenvolvimental qualquer. Somos muito modernos, relações para quê, been there done that. Somos de um cinismo atroz.

Well, nevermind. Bebemos 1 shot e pode ser que passe.

by fiona bacana

Frase do dia

«Resurrect before it's too late»

by fiona bacana

Explica-me, chaga

Explica-me, chaga, onde foi que me perdi?

Quando é que me transformei de tal forma que fiquei irreconhecível, mesmo para ti (ou sobretudo para ti)?

Quando é que nos tornei mutuamente invisíveis, eu presa ao meu pânico de permanecer igual ('a vida segue lá fora', lembras-te?), tu perdida nessa incapacidade de gritares a quem amas?

E quando é que foi que tu descobriste os teus novos poderes? Fui eu que tos fiz criar? Fui eu que tos dei?

Quando é que foi, diz-me...que eu já não me lembro. Talvez aí eu chegasse ao ponto de viragem, aceitavelmente lamentável, e fosse capaz de exigir o que nunca exigi e não te fazer mal por isso.

Talvez a culpa não tenha sido tua. Fui eu que te fiz assim.

Hoje oscilo entre o bem que te desejo e a incapacidade de te ver. Não te desejo mal, é mesmo verdade. Aprendi a voltar a ver-te em fotografias. Aprendi a pensar novamente 'era bom que ela aqui estivesse'. Mas mentiria se dissesse que tenho vontade de te ver. No entanto, não tenho qualquer dúvida que te abraçaria se tal acontecesse.

«Quando eu cair espero ao menos que olhes para trás» (Ornatos Violeta).

O fim foi no dia em que, finalmente, fui capaz de te escrever isto. Quando fui capaz de, finalmente, dizer-te o quão desiludida, perdida, insultada, magoada estava. Nada voltaria a ser igual.

Mais um episódio da era da mortalidade. Guardo a fotografia do último dia da nossa outra vida. Um sorriso profundo, estrutural. Mas ambas certas que aquele abraço seria, provavelmente, o último.

by fiona bacana

Verdades vindas da Nova Zelândia

«Nunca vai haver um momento certo para as pessoas erradas saírem da nossa vida»

Obrigada, carlitxa, pela companhia na procura das poucas certezas que ainda nos sobram na vida.

By the way, quando voltas?! Miss you at fpceup!

by fiona bacana

Pai e filho

Continuo a achar que é para te poupar de alguma coisa que ainda não conseguiste perceber. Ou então não. Estás só perante a altura, inevitável para todos e que só se diferencia no tempo de chegada, de perceberes que até ele é falível. Os únicos santos que conheço têm todos pés de barro....

by fiona bacana

« - Oi pai. Sou eu. Eduardo.
Um silêncio já esperado teve lugar.
- O que acontceu? Que horas são?
- Não sei. Não aconteceu nada. Só resolvi te dizer que eu vou escrever sobre você.
- Sobre mim?
- É.
- Onde?
- Num livro.
- No tal livro da Mariana?
- É?
- Eu já sabia. O prefácio, não é?
- Hum-rum. Mas eu quero te avisar que vou escrever mesmo, falando a verdade.
- A verdade?
- É.
- Você quer dizer que vai falar de mim, é isso?
- Não. Quero dizer que quero contar a verdade. Contar, por exemplo, como você foi generoso, ao me encaminhar na literatura, chamando-me de ‘mais um palhaço na família’.
- Hum. Eu queria te poupar.
- Hum. Poupar de quê, posso saber?
- Da dor.
- Ah, da dor.
- É, da dor.
- E alguma coisa dói no homem de gelo?
- Homem de gelo?
- Sim. Achou cafona?
- Achei, mas tudo bem.
- Hum.
- Dói. Dói muita coisa.
- Por exemplo?
- Você quer um exemplo?
- Quero. De algo que tenha doido em você. »

Fernanda Young, «Aritmética»

Do supermercado de comunicações

Longo caminho percorreste. Das doc martens, calças rasgadas e camisa de flanela aos quadrados ao fatinho em cor escura com risquinhas mais claras, tudo muito standard. Vá lá, consegues ainda manter uma ou outra marca distintiva, um relógio com as curvas de um rabo em contra fundo, só para meter nojo. Ou a pulseira que no verso tem escrito ‘fuck you all’, guardada religiosamente desde os tempos da peste negra, vulgo guerra 14-18 – e que utilizas em alturas estratégicas. É esta a pulseira que te dá a calma que toda a gente estranhiza. ‘Não estás nervosa?’. Não, na realidade não estás. Sabes o que isto é. Em terra de académicos, quem tem um bocadinho de síntese é rei. Chamam-lhe supermercados de comunicações…

Não é falta de humildade. Percebo, de facto, que percorri um caminho bem sinuoso. E não por ser absolutamente geniosa. E não pela capacidade de sacrifício. É pela obsessão pelo conhecimento. As mesmas características que me fazem acordar a meio da noite a ponderar variáveis. A procurar ansiosamente o bloco de notas que guardo na mesinha de cabeceira. Ou as mesmas características que me fazem ter uma taquicardia, 8 da manhã, vinda da noite. Por causa de alguma coisa que alguém me disse, acidentalmente, e sem qualquer tipo de intenção de contribuir para o meu postulado científico.

Esta brincadeira está a ficar cara de mais. Já olho ao espelho e, entre a sensação de crescimento, sinto-me a prostituir. Como é que vou para uma sala com 50 pessoas e faço aquela postura de supra sumo da barbatana? Logo eu, que não sei a ponta de um corno e ao menos tenho consciência disso. Mas como é que ninguém ainda descobriu?!

E confirma-se. A minha ansiedade é directamente proporcional à percepção de controlo. Parece DAH, não parece? Não, é tudo menos DAH. Eu fico ansiosa, DEPOIS das comunicações.

DEPOIS?!

DEPOIS.

DEPOIS, que é quando eu sinto que já não há nada a fazer. Que prática sou, hein?

by fiona bacana