«We are most alone when we are with a myth.» (Alexandre, o Grande).
Pois, minhas criaturas, pequenos génios: é mesmo isto.
De que nos interessa mistificar, endeusar, desenhar estrelas douradas quando eles respiram, ver postulados científicos quando eles apenas comentam algo tão corriqueiro?
De que nos interessa pensar nos segundos, terceiros e quartos sentidos do que ele nos disse (até chegar ao feminínissimo sexto sentido), confabulando declarações implícitas de que afinal, afinal!, ele acha mesmo que somos a mulher da vida dele.
O que nos prende a eles, não está neles. Está em nós. Eles distanciam-se, ou gerem muito bem os timmings das aparições (qual Nossa Senhora de Fátima qual quê, essa ao menos falava aos pastorinhos como devia ser e apareceu quando disse que o faria!), porque só assim eliminam a possibilidade de deixarem de ser o rei-sol, serem idiolatrados por cada idiotice que dizem, só porque são eles que o dizem.
Um amor por um mito, não é amor. É auto-flagelação.
by fiona bacana
Tuesday, June 14, 2005
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4 comments:
Devo concluir, portanto, que não amo...autoflagelo-me diariamente!!! Estranho hábito o meu!E doloroso também.
Não, não me convenço. Sei que na incessante busca do princípe encantado, por vezes caímos na tentação de pintar "o nosso mais que tudo" de cor de rosa, ficamos míopes(meu deus, ainda mais!), rimos das mais insignificantes graças, valorizamos o mais pequeno gesto, admiramos o banal, enfim... de certa forma mistificamos. Mas dizer que não amamos?! Não! Não! E não! Recuso-me a pensar assim!!! Mas estendo a mão à palmatória e reconheço que um amor alimentado a migalhas tem "um não sei quê" de auto-flagelação.
Ninguém nega o lado masoquista do amor - só quem não ama. Amar significa perdermo-nos a nós próprios, parte de nós próprios para fazer renascer uma outra parte que sem o outro não existia, e esse é o processo mágico.
Não sou (pelo menos ainda!) blasé e cínica o suficiente para desdenhar do amor. E que sim, amar implica ficar com 1 sorriso parvo só porque ele diz 'boa noite', naquela forma de dizer 'boa noite' que só ele diz e nós achamos...de outra dimensão.
mas...
tal como uma relação só é de verdadeira intimidade se houver compromisso (formal ou informal, mas sp entre os 2) e investimento (formal ou informal, mas sp entre os 2), um amor em que o outro não é pessoa, não é amor.
É outra coisa qqr, eu chamei-lhe auto-flagelação para dar um ar mais dramático à coisa (ou simplesmente pq acordei para esse lado, 3 mortes de ícones em 2 dias pode ter destes efeitos).
E essa outra coisa qualquer pode parecer amor, simplesmente pq nos ensinaram que o nosso reportório emocional vive de 3 ou 4 etiquetas e pronto. Se n é amizade, é paixão ou é amor (deu para perceber o reducionismo das coisas?). E porque dormimos mal a pensar na pessoa, sonhamos acordados, vemos epopeias dignas dos Descobrimentos em sequências de acontecimentos corriqueiros.
Os mitos, mimi, não são pessoas. Existem 2 tipos de mitos: os que estão lá porque nós queremos q eles sejam mitos (eu tenho 1 ou 2) e os que nós não queremos que sejam, porque nos deitam abaixo, porque nos fazem sofrer até aos limites do possível, porque..porque...porque....
Mas somos nós que os fazemos mitos - e n pessoas. E aí reside a nossa pequena percentagem de controlo, saber que podemos mudar a qualquer instante e que o processo de dismistificação depende, em grande parte de nós.
Qto ao amor romântico como mito...precisava de umas boas 2 horas para falar sobre isso...e a gabriela moita fará isso mto melhor do q eu ;) (de preferência sem o murcon!)
fiona bacana
Acho que, pelo contrário, o amor só sobrevive enquanto mito. A realidade significa, quase sempre, desilusão. Assim, resta-nos sonhar com o quê? Com novo mito, claro! :)
pronto, e o q da sexo e a cidade em excesso...
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