Friday, July 29, 2005

Rebel without a cause


Ontem voltei a ver. Há sempre qualquer coisa de novo quando vejo este filme.

« If I had one day...one day when I didn't have to be all...all confused and ashamed of everything...Or I felt I belonged some place...»

Só James Dean, só teenage angst.

by fiona bacana

Thursday, July 28, 2005

Desabafo da...noite

Eu quero é que a proteína animal se f***!

Anemia ferropénica.Microcitose. Ferritina.
Nomes muito complicados para dizer uma coisa muito simples: já não sou imortal nem impune.

Obrigada Doutor. Não imagino "papá" melhor para me dizer uma coisa destas.

by fiona bacana

E este meu pesadelo que nunca mais tem fim




Quanto tempo demora a atravessar um país do tamanho de um continente?!

by fiona bacana

Ps: yes, fiona bacana has posted a picture of the usa. yes, fiona bacana has gone insane. And yes, fiona bacana promisses to furiously DELETE this image as soon as possible.

Estranha forma de vida

Estranha forma de vida, esta coisa dos blogs. Supostamente a escrita liberta, e às vezes até liberta. Mas tenho notado, nos últimos tempos, que este exercício catártico me torna menos capaz, menos apta, para falar de mim a quem realmente merece. A quem me conhece o cadastro, a quem me conhece a história e que, gentilmente, me chama de sobrevivente. Pois.

Então reconheço: não estava nos meus planos ter 28 anos. Com tudo o que isso implica: a vertigem da normatividade, os bens de consumo que atraem e para 2 minutos depois me deixarem com AQUELA culpa, como se tudo isto fosse um exercício de futilidade, afinal estas coisas confortam mas não dão o que eu mais preciso. Implica também que os amigos mais novos, os irmãos dos amigos, os primos, os vizinhos que vi crescer, olhem para mim como uma adulta. Que, lamento, mas não sou. Por mim continuava calmamente na minha vida errante de eterno peter pan. O que sou hoje é tão somente um produto de constrangimentos exteriores a mim (a malta não vive de ar e vento) com a interacção de tentativas inócuas, imberbes e pouco sólidas de constituir algum tipo de coerência comigo própria. Tipo: "Ai tenho de trabalhar para ser autónoma? Pois então que faça profissionalmente algo pelos outros, onde consiga fazer a diferença na vida dos outros". Alguns dirão que isto é até uma resposta bem assertiva, uma sublimação bem produtiva. Mas não é.

Mas voltando ao que escrevo aqui, neste canto escuso da net. Liberta-me e prende-me. Mas enquanto fizer sentido...

by fiona bacana

Wednesday, July 27, 2005

Casum Sentit Dominus

Art. 796 nº1 Código Civil - Os contratos que importem a transferência do domínio sobre coisa certa ou que constituam ou transfiram um direito real sobre ela, é no momento da conclusão do contrato que o risco de perecimento ou deteriorização da coisa passa do alienante para o adquirente.


Manuel de Pinho e Dr. Mário Soares vão tomar um café ao Majestic. O Dr. Mário Soares ficou encantando com a bicicleta do Manuel de Pinho, que estava à porta do café e propõe a Manuel de Pinho um contrato de compra e venda da bicicleta, cujo preço será pago daí a uma semana, ao que este aceita a proposta.
Contudo, quando chegam à rua, ambos deparam que a bicicleta fora furtada.
A quem pertence a bicicleta? Manuel de Pinho terá direito ao preço da coisa?


By: Cavaco Silva

Será isto desertificação?

AMC, 19h. Entro para ver o 'Cruel', só para matar saudades.
E, olho à minha volta, e não vejo ninguém. Ninguém. Eu e uma sala de cinema só para mim. E tu, clonado na tela.

Deve ser isto que chamam de desertificação...

by fiona bacana

Going back on memory lane

Traseiras do colégio. Chuva morrinha. Lá de cima, as janelas tipo hospício, tinham 29 alunos na sala do 9ºB. Eu e a Sandra cá fora, sentadas nas escadas. Borrifando-nos para as consequências. Era como se não houvesse amanhã, ou como diria a outra, "amanhã é sempre longe de mais". Eu delirante com o novo eu. Ela com aquele cinismo tresandando a charme, aqueles tiques de má-educação que só ela fazia passar por charme. Tínhamos daquelas garrafinhas de prata com whisky lá dentro. E tínhamos um walkman (sim, eu sou da geração do walkman!), com uma cassette gasta, muito gasta: jesus and mary chain. E, entre silêncios típicos de quem sabe que nada conta para além dali, ouvíamos april skies.

But that’s the way that you are
And that’s the things that you say
But now you’ve gone too far
With all the things you say
Get back to where you come from
I can’t help it
Under the april skies
Under the april sun
Sun grows cold
Sky gets black
And you broke me up
And now you won’t come back
Shaking hand, life is dead
And a broken heart
And a screaming head
Under the april sky

by fiona bacana

Tuesday, July 26, 2005

O "adeus" de Mário Soares

Semana interessante esta para as Presidenciais de Janeiro. Um fait-divert para as eleições de Outubro, o que bem pode indiciar o mal estar do partido de centro-esquerda portuguesa, quiçá revelador dos resultados das próximas autárquicas. Com grande popularidade subiu ao Governo a equipa do Eng. José Sócrates (refira-se, de forma incontestável) que vê-se agora a braços com as medidas polémicas a nível das Finanças. Talvez porque a diversão dos comboios rápidos e o Aeroporto (fictício) da Ota não tenha "colado" uma vez que toda esta poeira tenha levantado problemas ao novo Governo...
Na verdade, projecta-se uma candidatura algo inesperada, a do Dr. Mário Soares. É sem dúvida uma figura incontornável da política portuguesa dos últimos 30 anos e um personagem histórico do século XX português. Contudo, na minha humilde opinião, roça ao caricato uma candidatura de um homem que hoje simboliza o passado. Um passado também controverso da política portuguesa (como a descolonização, por exemplo...). Uma candidatura de um homem que manifestamente já deu o que tinha a dar ao serviço público e que bem precisa de descansar... Aliás, há quem afirme que uma das suas vantagens em relação à possível candidatura do Prof. Cavaco Silva seja a sua contínua intervenção pública, que nunca chegou a cessar. Mas que se diga a bom tempo, e já que falamos de tempo, que a falta de situação de contexto de actualidade do Dr. Mario Soares fora desde sempre notório nas suas intervenções.
O respeito pelo longo percurso e "folha de serviço" do Ansião Mário Soares impede qualquer discussão ou crítica. Cairíamos na desactualidade, e não nos convenhamos. Mas discutindo o perfil actual deste homem, e tendo em conta as funções de um Presidente da República (os constitucionalmente previstos e os "doutrinalmente" previstos), sería alguém, com a idade avançada, com a falta de contextualização actual, com a falta de conhecimentos económicos, com a previsível falta de imparcialidade, a pessoa ideal para tal cargo?
Certo será, que uma derrota ante o Prof. Cavaco Silva nas próximas presidencias, mancharão o seu vasto currículo de "sucessos". Falo-á mesmo saír (?? - sim, porque se se candidatar à Presidência da República, já ninguém poderá adivinhar uma saída de cena) pela porta pequena da sua longa carreira política... Exigir-se-á então a pergunta, quererão os socialistas um funeral de Estado (do) para o Dr. Mário Soares?


By: Manuel de Pinho

De quando a verdade dói

«Um riso à beira de lágrimas. Foste sempre assim».

Quando me entregaram um livro com esta dedicatória, demorei a perceber. Eu, a destinatária? EU?!

Até que percebi. Há gente que verá sempre mais longe do que nós poderemos, eventualmente, desejar. Há gente que analisará sempre aquilo que colocamos em parêntises, consciente ou inconscientemente. Há gente que perceberá sempre quando estou a desconversar. Há gente que terá sempre a coragem de me questionar, com mais ou menos reacção da minha parte (o "mas isso é pergunta que se faça a uma amiga?!", entre sorrisos escaldados, é só um dos exemplos de retórica armada ao estilístico).

E, tão grata estou eu por ter estas pessoas na minha vida. Por conseguirem ver-me neste nevoeiro. Por serem capazes de me confrontarem, quando o mais aconselhável seria não o fazerem (a tirada do stôr, então, é um clássico: "não te esqueças que quando te espetares, não vais sozinha - não sei se tens esse direito").

Obrigada, obrigada, obrigada. E desculpem, desculpem, desculpem.

by fiona bacana

Vivam os ginásios da província

Seguindo a fórmula da razoabilidade 'relação qualidade-preço', as vantagens instituicionais de trabalhar numa organização tida como incontornável (eles lá saberão porquê...) e e as sugestões sempre pertinentes de quem me rodeia, resolvi dar um giro num novo ginásio em expansão. Daqueles que nos fazem esquecer que estamos numa cidade em formato de caixa de fósforos.

Ginásio super-hiper-mega-uau, vidros foscos, tudo muito clean. Dirijo-me à recepção. "Preencha este formulário ali no nosso bar que alguém da nossa equipa já vai lá ter consigo". Não tinha sequer acabado de preencher o nome (pronto, está bem, já sei que é comprido...), tinha uma jovem de óculos de massa grossa de côr vermelha, ar muito profissional, vinda directa de um qualquer episódio dos Morangos com Açúcar, a olhar para mim. Aproxima-se e diz-me: "Posso?". Quando se preparava para debitar a lenga-lenga comercial, olha para mim e lança a frase assassina: «Eu conheço-a!Não é a...». Olho para a placa e leio-lhe o nome. Torna-se evidente o pesadelo de qualquer psicólogo: reencontrar um ex-cliente.

Os próximos segundos foram mutuamente embaraçosos. À minha cabeça, chegavam pedaços de informações, avaliação e linhas de intervenção, enquanto respondia que o RPM a mim não me interessava, eventualmente body pump e body balance. Que valorizava essencialmente a flexibilidade de horário e a limpeza das instalações (pronto, chamem-me anti-social e anancástica).

Depois, como ao que parece é da praxe, fomos dar uma volta pelo ginásio. Primeiro olhámos para a piscina, que não tem pastilha no fundo, diz que o inox é mais limpo e não precisa de tanto cloro. Descemos então as escadas e aí começou a verdadeira tortura. "Então, por cá?", para uns metros mais à frente dar de caras com um "Oh Drª, espero por si nas minhas aulas para me vingar de si, ok?!". Mais à frente, um pai de camisa caveada com Throttleman escrito em letras grandes: "Olhe, o F. está óptimo, está com óptimas notas!".

Ainda não refeita deste circo de constrangimentos, a rapariga dos óculos de massa grossa de cor vermelha, indica-me o caminho dos balneários. E eu a rezar para não encontrar ninguém. Era a cereja em cima do bolo: encontrar alguém do trabalho nos balneários, fazendo conversa circunstancial enquanto a pessoa nuínha se ia secando com a toalha. Felizmente esse surto Ally McBeal foi apenas um delírio. Porque eu encurtei a visita ao balneário. Estratégica e subtilmente.

Alimentada pela leveza do alívio da inexistência de algo profundamente embaraçoso, tipo imaginar como seria encontrar a pessoa novamente no trabalho, subo as escadas. Mas era pedir muito não olhar para o lado e ver um Director encharcado em suor, com os óculos embaciados: "Espero vê-la por cá!".

Lamento, não tenho estômago para isto. Trabalho é trabalho...ginásio é ginásio. Prefiro o meu ginasiozinho de província que fecha às 23h. Aí, ao menos, sou orgulhosamente anónima e estão-se borrifando para a instituição tida como incontornável.

by fiona bacana

ps: um agradecimento profundo e sentido à coragem da rapariga dos óculos de massa grossa de cor vermelha que me deu um free pass para experimentar, sem compromisso, durante 30 dias. Eternamente grata, mas ainda em stress pós-traumático, ofereço o dito cujo free pass ao primeiro que me pedir.

E por falar em bater na mesma tecla (da Paixão de Pedro para variar)

«O amor desmembra o nosso corpo. Estralhaça-o. Mas isso não quer dizer que a comoção violenta da paixão o sacuda e faça estremecer ante a expectativa do prazer, oferecido pelo amor (...). O corpo é todas as percepções, todas as memórias, todas as expectativas, todos os sentimentos, todas as emoções, todos os outros, todos os que fui sendo, todo o real, todo o possível e todo o imaginário. A presença de alguém na nossa vida pode provocar o colapso, o caos, deixar-nos na miséria. Pode meter e mete muito medo»

E, digo eu, só assim descamamos e criamos novas peles e novas tonalidades. Qual o gozo de jogar de sabemos já qual o resultado? Como diria alguém que conheci, gosto muito de viver. E de levar tombos, de me estampar, de me arrepender, de me corrigir e desculpar, de aprender, de crescer, de calejar, de sofrer, de me arrastar, de desesperar... de viver! Porque sei que de cada vez olho par o mundo de maneira diferente ... e deslumbro-me com a descoberta, levanto-me, e cá estou eu de pé outra vez.

«O amor é esse conflito permanente e completo: liberta e agarra, é doçura e amargura, refaz e desfaz, resuscita e adormece, faz-nos sonhar e confronta-nos com a realidade pura e dura, dá à luz. Mas também tem o poder de nos matar.»

Pois. Mas só assim se vive: perdendo vida, para a ganhar.

by fiona bacana

About songwriting

«Tell me about your songwriting process.

For me, songs are born with a guitar and my journal at my side. My various guitars have different voices and they function as my singing and writing partners. The unique qualities of a guitar’s voice have a real effect on what comes out. I don’t have a specific sound or formula that I rely on each time. The songwriting process is either really visceral, emotional, and immediate, where I sit down and write something from start to finish, or it’s an ongoing meditation that gets sculpted and re-sculpted. The latter method has more of the intellect involved. For instance, “Parameters” was a real vomiting of words, whereas a song like “Lag Time” was more of a process that I worked on for months. It represented the “Oh! I finally got the bridge!” kind of writing. »

Ani DiFranco, in Fretz Magazine (http://www.fretsmag.com/story.asp?sectioncode=52&storycode=8649)

E, infelizmente, a tour europeia foi cancelada....snif snif snif

by fiona bacana

Site do dia - Parte I

Batendo na mesma tecla (até que a voz me doa!!!)

http://www.nationalgeographic.pt/revista/0705/feature7/default.asp

by fiona bacana

Monday, July 25, 2005

Left over wine

What do you do when the people go home?
And what do you do when the show is all done?
I know what I'll do in the alone of my time
But what will I do with the leftover wine

A line from a poem of my childhood has said
That visions of sugarplums were gonna dance in my head
I'll spend my whole life making the time rhyme
But I'll still have a bowl of leftover wine

I'll spend my whole life making the time thyme
And then I'm gonna run to the people
And I'll sing them a song of mine
You know I'm gonna do anything
Just to take up time
Because I can't find a taker for the leftover wine

I'll drink some of yours
If you'll drink all of mine
Because I can't stand the taste of that leftover wine...

Melanie Safka 'Leftover Wine'

Quando a festa acaba, quando ficam os resquícios de almas carburadas. Quando o vazio volta a encher o peito. Quando as gargalhadas não passam de ecos, bem disfarçados de tragédias alheias. Todos têm cicatrizes, umas sararam, outras não. (E é muito irónico que a expressão 'sarar' esteja associada a ferida).

Mas e depois o que se faz? Fica aquela névoa de enjoo quando esvaziamos os cinzeiros. Fica a sensação de remendo. E tudo volta.

by fiona bacana

Million dollar question of the day

«Mas e o que se faz quando a margem de sonho, de esperança de que tudo pode melhorar a qualquer hora, diminui todos os dias um pouco? E o que se faz quando perdemos, dia a dia, a luminosa ideia de que isto acontece por alguma razão?»

When I find out all the reasons
Maybe I'll find another way
Find another day
With all the changing seasons of my life
Maybe I'll get it right next time

And now that you've been broken down
Got your head out of the clouds
You're back down on the ground
And you don't talk so loud
And you don't walk so proud
Any more, and what for?

Well I jumped into the river
Too many times to make it home
I'm out here on my own, an drifting all alone
If it doesn't show, give it time
To read between the lines

Because I see the storm is getting closer
And the waves they get so high
Seems everything we've ever known's here
Why must it drift away and die

I'll never find anyone to replace you
Guess I'll have to make it thru, this time - without you

I knew the storm was getting closer
And all my friends said I was high
But everything we've ever known's here
I never wanted it to die

Estranged

by fiona bacana

Sunday, July 24, 2005

Confesso

Durmo para Oeste só para me sentir mais próxima de ti.

by fiona bacana

Friday, July 22, 2005

C'est le malaise du moment...

«C'est le malaise du moment,
L'épidémie qui s'étend,
La fête est finie, on descend,
Les pensées qui glacent la raison.

Paupières baissées, visages gris,
Surgissent les fantômes de notre lit;
On ouvre le loquet de la grille
Du taudis qu'on appelle maison.

Protect me from what I want
Protège-moi, protège-moi

Sommes-nous les jouets du destin
Souviens-toi des moments divins
Planant, éclatés au matin,
Et maintenant nous sommes tout seuls.

Perdus les rêves de s'aimer,
Le temps où on avait rien fait,
Il nous reste toute une vie pour pleurer
Et maintenant nous sommes tout seuls.

Protect me from what I want
Protège-moi, protège-moi.»

Placebo 'Protect me from what I want' (versão francesa: 'Protège-moi')

by fiona bacana

Passive-agressive

«Even in your betrayals you're passive-agressive».

Não há resposta possível a uma coisa destas. Uma não-acção pode ser violentamente agressiva. Entendo. Mas e depois? O que se faz com isso? Passa-se a ser mais agressivo para encaixar no rótulo normativo de traição? Ou passa-se a ser mais passivo embutindo o que, apesar de tudo, ainda se sente - reforçando o estigma da passividade?

by fiona bacana

Thursday, July 21, 2005

pvIP aconselha...

«Espelho Meu - Portugal visto por fotógrafos da Magnum» Centro Cultural de Belém (CCB)
01-07-2005 a 28-08-2005
3ª-Dom: 10h00-19h00


Esta exposição nasceu das mais de 1000 imagens sobre Portugal existentes nos arquivos da Agência Magnum, Paris, a maioria das quais nunca expostas ou publicadas. Procurando fazer coincidir o interesse histórico e cultural com as imagens que melhor exprimem o olhar singular dos fotógrafos que passaram por Portugal ao longo dos últimos 50 anos, a exposição apresenta uma selecção de fotografias daquele acervo. A par deste núcleo de imagens de arquivo, são ainda apresentadas cerca de 30 novas fotografias realizadas exclusivamente para esta exposição pelos fotógrafos Susan Meiselas, Miguel Rio Branco e Josef Koudelka. Estes três artistas estiveram em Portugal no final de 2004 e início de 2005, com a missão de fotografar o país contemporâneo, actualizando a visão resultante dos arquivos com novas perspectivas e completando este caleidoscópio de olhares onde se configura um espelho do nosso país.

Para os que não puderem dar o salto, encontram facilmente o livro em qualquer FNAC do país.

By: S.B.

London Blasts

Enough!!! That`s all that comes to my mind after this huge campaign of terror all over the world. And it promisses to continue after the second blast at London`s Underground.
"No victims.." says the government and perhaps the statistics of today`s attacks. Huge Mistake! The society is no doubt the victim of terror. A war of guilties and mistaken policies has its costs and those costs are to be payed by the innocent people that are just trying t find their way. Shame! STOP the killing! Now!!

By: S.B.

Struck by the physical resemblance


Fiona Bacana recomenda o filme 'Cruel': nomeado para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2004, «Ondskan – Cruel» é a adaptação cinematográfica do romance auto-biográfico do polémico jornalista sueco Jan Guillou e um retrato sádico do que se pode passar no interior de um colégio interno, onde a sobrevivência dos mais fortes foi elevada a regra.

by fiona bacana

Wednesday, July 20, 2005

Não seremos todos ladrões de fogo?

«Amar não se conjuga no condicional. É bem possível amar um assassino. O amor não tem partes nem tempo usual. Tudo altera. Tudo inverte. Tudo perdoa (diz que sim). Não é só uma coisa por dentro. Para uma pessoa que ame, o mundo todo torna-se amável. Para uma pessoa que não ame tudo parece estar prestes a desmoronar-se sem mais se levantar. (...). Nada sabe fazer com as próprias mãos»

Pedro Paixão in Ladrão de Fogo

Não, não é por causa da pôrra dos ovos. Isso é para os que se centram mais nos resultados do que na tarefa, que procuram um outcome qualquer como se fosse uma pôrra de um fundo de investimento ou uma estratégia na gestão de carreira.

Simples, não? Enquanto se perdem na procura do dito cujo outcome, esquecem-se de gozar o processo. E depois ainda se queixam que isto é uma maçada, que os lucros não superam os custos, enfim...Lógica economicista, tentativas imberbes de racionalizar um processo que não se coaduna com esses parâmetros.

by fiona bacana

Tuesday, July 19, 2005

Dívida (Dos bosques da gratidão)

Ontem, por entre as divagações sórdidas que só eu e a gui conseguimos extrapolar a postulados científicos, lembrei-me da dívida de gratidão que tenho para com o Stôr.

Não sei se andas por aí ou não, mas....: o facto de estar viva é, em parte, responsabilidade tua.

by fiona bacana

Talvez assim me entendam (ou a queda de um 'mito')

«What is food to one, is to others bitter poison. »

Lucrécio - poeta, filósofo e cientista romano

Há anos atrás, poderia dar-me ao luxo de bater com a cabeça no lavatório até sangrar. Hoje, não posso. E, por isso, sublimo.

by fiona bacana

Complexo de Electra (?)

«All i want to do
Is (to) be more like me and be less like you
»

Linkin Park, 'Numb' (Meteora)

by fiona bacana

Monday, July 18, 2005

The way that I am - blame it on them (or not!)



Imagem do concerto de Guns n' Roses

2. Jul.1992

Estádio de Alvalade

On growing up and the reasons why we are the way we are...How was I supposed to LISTEN to 'Coma' and remain the same?

by fiona bacana

É a m**** de país que temos

Há pessoas que fazem 10 vezes o nosso esforço só para se levantarem da cama.
Há soluções, como os cães de assistência, que melhoram a vida destas pessoas, às vezes de forma inimaginável.
E, no entanto, tudo esbarra num vazio legal.
Que m**** de país temos...

by fiona bacana

«A Associação Portuguesa para a Intervenção com Animais de Ajuda Social (Nimas) vai pedir uma reunião com os grupos parlamentares dos vários partidos para rever a legislação para que estes cães possam entrar livremente nos locais públicos, acompanhando os seus donos, disse a O COMÉRCIO a presidente instituição.
A lei existente apenas prevê a entrada em locais públicos de "cães guias", deixando de fora os "cães de assistência" a pessoas com deficiência motora, pelo que segundo Liliana Sousa "existe um vazio legislativo" em relação a estes animais, algo que, diz, "talvez se explique pelo facto de só muito recentemente terem começado a ser utilizados em Portugal". Assim sendo, a dirigente da Nimas pede que se reconheçam os "cães de assistência" como "cães de serviço", tal como já acontece em países como Inglaterra e Estados Unidos. "Em Portugal ainda se desconhece que estes animais são treinados para acompanhar o seu dono em todas as situações"", afirma, explicando que entre muitas das coisas estes cães são capazes "ajudar os seus donos a fazerem compras nos supermercados, chegando-lhes coisas a que eles não podem chegar de uma cadeira de rodas, por exemplo".
(...)
"mesmo num restaurante ficam deitados ao lado do dono, e nem mesmo um bom bife os faz desviar a atenção, apesar de gostarem muito de comer". Estes cães sempre que andam na rua usam um "colete" onde transportam os certificados de saúde, apólice de seguro de responsabilidade civil, certificado de treino do cão credenciado pela associação. Além disso, ao fim de cada semestre são submetidos a análises sanguíneas que garantem o despiste de eventuais patologias. Mas, nem só no que a assistência a pessoas com incapacidades físicas se limta a acção destes animais, que inclusivamente já foram também usados em várias teses de licenciatura, uma das quais na área da psicologia. Neste caso a sua intervenção foi com uma criança autista funcionando como terapia assistida. "Foi uma agradável mais valia. No fim do ano lectivo notava-se que havia uma maior comunicação , de tal modo que nessa altura a criança em questão já se sentia suficientemente à-vontade para fazer algumas perguntas", informou a responsável da Nimas.

A Nimas foi fundada em Maio de 2002 e visa promover a utilização de "cães de assistência" por pessoas com incapacidades físicas que usem cadeira de rodas, indivíduos portadores de esclerose múltipla, espinha bífida, de surdos, entre outros. A associação forma técnicos, faz treino de cães e promove o relacionamento destes com os respectivos utentes com vista à sua maior independência, integração social e comunitária. As raças mais utilizadas são o Labrador Retriever e o Golden Retriever. Estes cães são cedidos gratuitamente às pessoas com incapacidades que necessitem dos seus serviços. Pretende-se, assim, disponibilizar a estas pessoas a posse de um animal que se demonstrou ser de grande utilidade não só em termos psicológicos e motivacionais no momento de superar uma incapacidade mas, mas também em termos de reabilitação.

Segundo a presidente da Nimas as pessoas que possuem um "cão de assistência" aumentam o seu nível de independência de forma notável, uma vez que esses animais actuam em áreas nas quais o utente está total, ou parcialmente, incapacitado, como sejam o abrir portas, recolher objectos do chão ou de locais inacessíveis, acender luzes, despir certas peças de vestuário. (...)Estes cães participam ainda em actividades lúdicas junto de crianças com patologias graves de deficiência, como paralisia cerebral ou atrasos mentais e ainda com idosos em lares de terceira idade, promovendo a interacção entre eles. »

in Comércio do Porto

Saturday, July 16, 2005

Million dollar question of the day

«As categorias mutuamente exclusivas são meramente conceptuais?»

Ou, traduzindo em miúdos: amor e ódio são constructos mutualmente exclusivos do ponto de vista conceptual (amor não é ódio e ódio não é amor) mas, do ponto de vista operacional, o amor e ódio misturam-se?

É, deve ser.

by fiona bacana

Friday, July 15, 2005

Das características relacionais básicas (pronto, chamem-lhe charme)

«Charm is a way of getting the answer yes without asking a clear question».

Albert Camus

Sempre me assumi como instintiva. Comecei a ter esta ideia de mim própria bem cedo. No dia em que o Lord, pastor alemão do vizinho da frente me mordeu e eu deixei-me ficar ali a olhar para ele com o braço aberto, estruturei em mim a ideia de que comunicava com os animais. Mais tarde, aos 6 anos, nas carteiras do colégio, quando falava inglês sem perceber como porque ninguém me tinha ensinado. Quando resolvia equações matemáticas sem saber como, só por instinto.

Ora, ser-se instintiva e impulsiva são coisas diferentes. Assumo: já fui mais impulsiva, mas continuo a ser instintiva. Faço coisas porque sim, sem conseguir explicar muito bem a razão subjacente.

Com as pessoas também sou assim (realidade profissional à parte). Há pessoas que, como diria a minha querida gui, 'nos entram pela porta da cozinha', revelando-se íntimas e próximas sem um passado que o justifique. E eu deixo. Deixo, instintivamente.

Como já tinha referido a propósito do post 'Da corrosão do carácter', as Pessoas que me rodeiam não têm características comuns, não há padrões nem regularidades, não gosto delas por serem 'boas pessoas' ou particularmente inteligentes. Gosto delas porque sim. Porque há uma espécie de conexão entre as minhas características mais estruturais e implícitas e as características dos outros.

O resto é o meu mau-feitio-científico (Crespo, C., 2005) a carburar. As confabulações, o 'vejo em ti parte de mim' (há também a variante do 'fazes crescer o meu lado b'), a adulteração do processo de colonização na convivência prolongada com o outro (temática sistemática em tertúlias matinais ou ouriguianas), é tudo para entreter. Para isto ganhar algum significado e, convenhamos, alguma piada.

by fiona bacana

Thursday, July 14, 2005

Do Pseudo-íntimo e do Estereotipado

«O pseudo-íntimo caracteriza-se pela manutenção de uma relação de investimento aparente; são sujeitos superficiais e narcisistas, sendo incapazes de compreender as implicações da intimidade em toda a sua extensão e profundidade. O estereotipado não faz qualquer investimento numa relação íntima e as relações existentes são colocadas essencialmente ao serviço dos seus próprios interesses.»

in Costa, M.E. A intimidade à procura de um psicoterapeuta. Cadernos de Consulta Psicológica, 12, 1996, 5-11.

Isto é: da próxima vez que estiverem num qualquer bar, numa qualquer esplanada, restaurante e até, meu deus a loucura!, num qualquer shopping, olhem para os casalinhos. E percebam que nem tudo o que parece, é. Os 'casamentos' ao melhor estilo feudal foram aparentemente arrumados com a onda do queima-soutien, mas continuam aí. Não é propriamente conveniência económica. É conveniência social e profissional. É conveniência pessoal. É chato dizer: não tenho namorada o que, em linguagem estereotipadamente masculina, quer dizer qualquer coisa como 'sempre que saio à noite tenho de trabalhar para facturar e se não der tenho de pagar a umas mocinhas para fazer o trabalho'. Então tem-se namorada(o), mas não é necessariamente um namoro.

Sim, já sei, há muita gente agora a pensar: então é porque não gosta (aliás, não vamos ter medo das palavras), não ama essa pessoa.

Para os pseudo-íntimos e estereotipados, amor é algo de profundamente ameaçador, desestruturante, sinónimo de falta de controlo. Um risco incomportável!Para eles (e elas, que as expressões são masculinas só porque são genéricas!!!), isto chega perfeitamente. Num balanço cognitivo do género 'prós e contras', não compensa. Chega-lhes projectar uma imagem e sentirem-se apreciados por esse holograma.

Há tanta e tanta e tanta gente com medo de se mostrar como realmente é, mesmo (ou até sobretudo!) para o namorado(a). Por mim óptimo, enquanto houver tanta e tanta gente assim, mais trabalho e consulta para os psicólogos, psiquiatras e afins. Mais dinheiro para a minha carteira.

by fiona bacana

Wednesday, July 13, 2005

Défices

Um dos meus défices: assumo-me incompetente para apagar sms. Mesmo com o advento dos arquivos de mensagens e os folders, o meu telemóvel está tão lento que até a dar o toque de mensagem acaba por demorar uns 2 ou 3 segundos, num piiiiiiiiiiiiiiii-piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii-piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii que é agonizante. Pensei então, no meu telemóvel como um tamagochi e achei por bem, da próxima vez que estivesse à espera num consultório deste país, dedicar-me a esse exercício de higiene electrónica chamada 'limpeza de sms'.

O primeiro passo é fácil, apagam-se as mensagens das pessoas assim-assim e as de trabalho. Depois apagam-se as mensagens instrumentais do género 'já cheguei, ond tás' (ui, quem ler isto pensa que sou atrasada crónica). O visor, no seu canto superior direito diz '49'. Isto é, a minha inbox tem 49 mensagens em 60 possíveis.

Começo a ler as sms. Gosto particularmente das sms às '8 da manhã'. Batman: «kalipso não sei o quê» (em grego). Ou, uma do K. : «por fora estou como Tom Waits!». Entre outras evidentemente revestidas de tinta cor de rosa, daquelas que se lêm e relêm, sobretudo quando precisamos de um alento qualquer que nem sequer é muito explicável.

Cheguei então à conclusão que:
- apago mais facilmente sms de pessoas que estão já há muito tempo na minha vida, como se tivesse a certeza de que outras sms virão (burrice, porque já se sabe que a última vez que vemos alguém pode ser sempre a última vez);
- há sms cujo conteúdo explícito não é assinalável, talvez prene de corriqueirismo (isto existe?!), mas a pessoa que a manda torna tudo extraordinário (a tal história da leitura de epopeias em acontecimentos simples);
- há sms de pessoas que apenas agora se cruzaram comigo, mas que guardo só para não me esquecer do que, volta e meia, faço na vida das pessoas.

Tentei recordar-me, então, da última vez que fiz uma limpeza radical de sms. Foi em 2003...quando me roubaram o telemóvel!!!

Manifesto então, perante vós, neste canto obscuro da net, o meu défice: não consigo limpar o meu telemóvel.

by fiona bacana

Für Mimi

Aviso: muito gostaria eu de ser assertiva neste caso. Mas quanto mais sei, menos o consigo ser.

E, juro, gostava de o poder embrulhar e deixá-lo embaladinho à tua porta. Só para que o pudesses desembrulhar e...cuspir-lhe na cara.

Violento, agressivo, odiento? Não é comparável ao que fez eclodir na tua vida.

Nada serve de consolo a não ser esperar pelo dia em que consigas transformar-te em toda esta dor.

by fiona bacana

David Fonseca - 'Someone That Cannot Love'

You locked up your heart
You wake up with tears and stars in your eyes
You gave it all to someone that
Cannot love you back

Your days are packed
With wishes and hopes for the love that you've got
You waste it all to someone that
Cannot love you back - someone that cannot love

Love, ain't this enough?
You push yourself down
You try to take confort in words
But words
They cannot love
Don't waste them like that
Because they'll bruise you more...

You secretly made
Castles of sand that you hide in the shade
But you cannot hold the tides that break them
And you build them all over again

You talk all these words
You make conversations that cannot be heard
How long until you notice that
No one is answering back?

Someone that cannot love...

Love, ain't this enough?
Pushing around
You try to take comfort in words
But words, well they cannot love
Don't waste them like that
Because they'll bruise you more.

Tuesday, July 12, 2005

Poema do dia

Para compreender samambaias

«Para compreender samambaias
E pregos
Raciocinar semelhanças
Desbotar empecilhos e respirações
Naufragar ocos e gentilezas
E inutilidades
Orgulhar alçapões de papel
Lustrar lágrimas de árvores
Condenar pequenezas
E imensidões
Lamber deuses de açúcar
Rastejar esperanças
Abraçar sóis e muros
Alcançar destinos
Ou iniciar trajetos
Ribombo de sistros
E depois se calar
Feito sopro de beija-flor»

Whisner Fraga, poeta brasileiro

by fiona bacana

Serviço Público

Frango com Ginseng

Ingredientes:
1 frango3 colheres (sopa) de molho de soja
1 cebola
1 cenoura
100 g de bambu
20 g de flores de lírios
1/2 copo de água
1/2 copo de farinha maisena
1/2 colher (chá) de açúcar
1/2 colher (chá) de sal
2 colhres (chá) de alho picado
2 colheres (chá) de gengibre
1 raiz de ginseng
Sal e pimenta q.b.

Preparação: Lave e corte o frango em pedaços. Tempere-o com duas colheres de sopa de soja, sal e pimenta. Deixe marinar durante 20 minutos.Entretanto, corte a cebola, a cenoura e o bambu em fatias; lave as flores de lírio e reserve.Numa tigela, à parte, misture a água com a farinha, o açúcar, o sal e o restante molho de soja. Reserve.Aqueça um pouco de óleo e frite o alho e o gengibre, em lume brando e mexendo sempre. Junte os legumes e as flores de lírios e frite por mais 2 minutos. Aumente o lume, acrescente o frango e frite durante mais 3 minutos, sem parar de mexer. Baixe o lume, regue com um pouco de água e deixe cozer durante 20 minutos. Em seguida, junte o preparado da farinha e mexa até engrossar. Deixe apurar durante cerca de 1 minuto.Retire e sirva acompanhado de arroz.

by fiona bacana : )

Monday, July 11, 2005

No fundo, uma questão de confiança básica

«Believing means liberating the indestructible element in oneself, or, more accurately, being indestructible, or, more accurately, being»

Franz Kafka in 'Diaries'

(Imagem: Praga, perto de uma das casas habitadas por Franz Kafka).

by fiona bacana

Friday, July 08, 2005

Londres, 8 de Julho, 2005

London, 1802

«Thou shouldst be living at this hour:
England hath need of thee: she is a fen
Of stagnant waters: altar, sword, and pen,
Fireside, the heroic wealth of hall and bower,
Have forfeited their ancient English dower
Of inward happiness. We are selfish men;
Oh raise us up, return to us again;
And give us manners, virtue, freedom, power.
Thy soul was like a Star, and dwelt apart;
Thou hadst a voice whose sound was like the sea:
Pure as the naked heavens, majestic, free,
So didst thou travel on life's common way,
In cheerful godliness; and yet thy heart
The lowliest duties on herself did lay.»

William Wordsworth
poeta inglês, 1770-1850

Não quero enveredar pelo discurso que já inundou este país. Não quero falar do extremismo islâmico, temo que me saia algo de subliminarmente xenófobo pela boca fora. Não quero falar das culpas, ou responsabilidades, ou justificações que um acto destes pode contemplar - porque nada justifica a matança de inocentes, seja em NY, Londres, Madrid, Nairobi, Bagdad ou Kirkut.

Não quero falar do Mr. Blair, porque, apesar de tudo, é diferente do Mr. Bush.

Isso virá mais tarde.

Quem me conhece sabe que tenho uma sensação quase inexplicável de 'casa' no Reino Unido. Sei que muitos vêm nos britânicos (diferentes, portanto, dos ingleses) um povo imperialista (que o é), ciente da sua posição no mundo (porque a têm), às vezes de uma falta de conhecimento atroz do plano geográfico do mundo (porque é, genericamente, verdade). Tudo isso.

Porém, ontem, tornou-se claro porque são diferentes.

Porque os media fizeram um pacto com o Estado no sentido de poupar o país de imagens que em nada ajudarão a esta situação dramática (que me lembre, em Portugal, a única situação semelhante foi quando a Sporttv se recusou a difundir as imagens aproximadas de Miklos Feher a sucumbir no relvado do Municipal de Guimarães).

Porque aquela gente, atordoada e chocada, foi de um civismo incrível. E porque, ainda atordoada e chocada, diziam já que a única forma de ultrapassar o medo era a esperança. E regressar à sua vida normal. Gente que se recusou a ficar em casa ontem à noite, foram para um bar beber a sua pint habitual.

Porque, sabendo o Primeiro Ministro que têm, sabendo da sua larga responsabilidade na invasão do Iraque, sabiam também que era inevitável. E a forma como o afirmavam, com uma tranquilidade consternada e resignada, é também uma lição.

by fiona bacana

Thursday, July 07, 2005

Always me, always us, always london



by fiona bacana

All of my thoughts are with you

Hope you're all ok - Contact me as soon as you can. Tried to reach your cell phones, but they don't work!

Wednesday, July 06, 2005

Give psychology away

Vejam o site, cumpram as instruções e deliciem-se com os resultados...

http://www.yourpersonality.net/affect/

Trata-se de um projecto de investigadores, no domínio da Psicologia, com credibilidade...

Quem quiser partilhar resultados, go ahead!

by fiona bacana

Tuesday, July 05, 2005

E será que deixámos de ser adolescentes?

«A adolescência é a idade de contínuo morrer e renascer para o outro, do contínuo experimentar as fronteiras do possível, apresentando-nos, assim, rápidos enamoramentos, um incessante unir e separar, num suceder de revelações e de desilusões.»

Francesco Alberoni

by fiona bacana

Monday, July 04, 2005

Frase do dia (ou 'Mal tu sabes...')

«Nobody realizes that some people expend tremendous energy merely to be normal.»
Albert Camus

by fiona bacana

Friday, July 01, 2005

Do tempo em que ainda se recebiam cartas

«Talvez te encontres nele, talvez o ames por dentro, talvez o ames todo, mas talvez ele traga consigo uma história e um fardo que não podes ignorar. »

by fiona bacana

Thursday, June 30, 2005

Frase do dia

«Let´s get retarded in here coz michael jackson também se armou em peter pan e ninguém teve coragem de o mandar para a choça»

(patrocínio madame paulina)

by fiona bacana

Wednesday, June 29, 2005

Momentos...doces momentos....

Doces momentos...de pura cumplicidade e ternura. De apaziguamento e calma. De toque e olhares. De sabores doces da pele de uma mulher,...de um sonho! Há quadros pintados que retratam estes momentos, mas são poucas as músicas que genuinamente conseguem fazer-nos ver com nitidez toda essa intensidade. "If you wear that Velvet Dress" dos U2, entre os seus 2.30 minutos e os 3.18 minutos bem me fazem transportar para esses vôos. Sonho, talvez a ti também. Tenta! Põe-me nesses momentos. Tão Doces. Tão teus, tão meus...


By: Sean Bacana




"(So you feel okay?)


(Are you sure it's okay?)


('Cause I want some more)"

E, de repente, percebi (patrocínio da CP)

«Tento ter a força para levar o que é meu
Sei que às vezes vai também um pouco de nós
Devo concordar que às vezes falta-nos a razão
Mas nego que há razões para nos sentirmos tão sós
Não é fazer de conta, eu acredito em ti
Estar contigo é estar com o que julgas melhor
Nunca vamos ter o amor a rir para nós
Quando queremos nós ter um sorriso maior »

A casa (vem fazer de conta)
Da Weasel com Manel Cruz

E, assim, de repente, percebi. Exploro o assomo de clareza para assumir que custa-me, assim, desta forma dilacerante, de golpe em golpe, perder-te desta forma, porque me sinto a perder-me também. Não sei o que é meu, não sei o que é teu. Daí que já não sei o que levar. Não sei onde termino em ti, não sei onde começas tu em mim. Sei só que a única saída é matar o que há de ti em mim. Mas o problema é: o que resta de mim após o fazer?

by fiona bacana

For PLO, with luv (Da Educação Sexual nas escolas)

A Conferência Episcopal veio a terreiro insurgir-se contra o novo programa de Educação Sexual nas escolas, afirmando que "decorre para a família o direito de cooperar no planeamento da educação da sexualidade, contribuir para a definição de objectivos e selecção de estratégias, acompanhar o processo de tomadas de decisão, incluindo a selecção e a formação dos professores".

(e, pergunto eu, que selecção de estratégias? A estratégia 'eu digo à minha mãe que vou dormir a casa da joana'? E, pergunto eu, que critérios na selecção e formação dos professores? Se são católicos ou não? Praticantes ou não? Se têm uma vida sexual à base de 'missionário'? Se tomam a pílula ou não?)

Para António Avelãs, da Fenprof, a tomada de posição da CE corresponde a uma atitude de "meter a cabeça na areia. Essa mesma lógica de entender que a educação sexual é do campo exclusivo dos pais - quando eles muitas vezes não se sentem preparados para isso - resulta em que Portugal tenha uma das maiores taxas de gravidez e de abortos na adolescência", acusou. "À escola não compete substituir os pais, mas também não compete alienar-se dos problemas", frisou.

Depois de, nos últimos tempos, terem feito o papel dos maus da fita, a FENPROF toma uma atitude contrária a uma das instituições mais poderosas em Portugal. É de gabar a coragem! Não quer dizer que considere que os pais sejam alheios ao processo, mas se há de facto pais que têm a capacidade de educar sexualmente/para os afectos os seus filhos (direito e dever!), também há crianças e adolescentes que, se não for a escola, ficam à mercê da ignorância e mutismo social que grassam pelo país fora....com as consequências que se sabem...

by fiona bacana

Tuesday, June 28, 2005

Bem vindos!

«Estou num excitamento completo ... agora é a doer ... as nossas amigas a serem mães ... ai!!!»

Pronto, já era hora. Para ser franca, nem sei como ainda não fiz 1 post sobre isto (vá, todos em coro: 'freud explica, mas agora não temos tempo!').

Sejas bem-vindo, henrique. (gui & renato)
Sejas bem-vindo, miguel. (gui & renato)
Sejas bem-vinda, ariana (catarina & vasco)
Sejas bem-vindo, francisco. (inês & fernando)
Sejas bem-vindo, gil. (sara & ricardo)
Sejas bem vinda, carolina. (joana & ...)

Sejam bem-vindos a esta coisa enigmática chamada vida. Prene de tarefas ciclópicas, estrondosas, aparentemente insignificantes, que vos deixam de joelhos num minuto para, no minuto seguinte (pronto, ok, um minuto pode ser pouco...) vos fazer levantar as pernas e gritar, gritar!, como se não houvesse limite para o que sentem - o bom e o mau.

by fiona bacana

«This indian summer I signed my life away» (Pensamento...da noite)

Que bom é poder ver, tocar e sofrer chuva de verão. Que bom é estar viva para sentir o corte das gotas de água da chuva fria no meu corpo. Que bom é passar a mão pelo rosto e ver que não são lágrimas. Que bom é sentir o momento a cristalizar-se. Que bom é sentir que, assim como a chuva surge inesperada numa noite de Verão, também o sol pode irromper no mais cruel dos invernos...da alma, do coração, do corpo.

by fiona bacana

Monday, June 27, 2005

30.jun.05, na mui nobre e sempre leal Invicta

Workshop 'Laboratório de Som' - Casa da Música

Consiste num laboratório de experimentação com um conjunto de mecanismos que permitem a materialização e visualização de ondas sonoars, levando os participantes a compreender a fisicalidade dos diferentes sons. Um conjunto de exercícios que instiga à exploração das diferentes sonoridades próprias de cada estado emocional e que se traduzem em diferentes intensidades e gradações. Estados de alegria, fúria, ternura, surpresa, espanto, inquietação ou tristeza produzem distintas vibrações no corpo e no espaço, tornando-se evidente na água, na areia ou num ecrã de computador. O objectivo é, sobretudo, sublinhar a vivência dos sons através da experimentação prática.

Sala 5 - 1€!

by fiona bacana

Menos um rasgo de lucidez

Menos um rasgo de lucidez quando os impulsos se tornam públicos. Os batimentos no teclado são inaudíveis quando mergulhados no interior, que se exterioriza em catadupa. As letras se soltam, as frases se formam, o peito alivia. Por momentos.
Também este mundo é formado por pequenas ilhas num gigantesco oceano inter redes. É como Johnny Castaway e a sua música "Message in a Bottle" de Sting. One Comment, one Bottle.
Não se inganem os que pensam que estamos alheios ao Mundo à nossa volta. É apenas neste espaço onde há lugar à abstracção. Às vezes estamos demasiado lúcidos para pensar em seja o que for... às vezes acho que é a lucidez que nos mata.

By: JBL

Da teoria da cama hiperlotada

Vi no diário deliciosamente prene de estrogénios (www.theestrogendiares.blogspot.com) a teoria da cama hiperlotada ('Esta Cama não é suficientemente grande para nós todos'). Da minha leitura, necessariamente enviezada, concluo: para uma relação, seja ela de que índole for, levamos toda a nossa história. Levamos pequenas e grandes coisas, vertigens de emoções passadas (e, às vezes, ainda tão presentes) e cicatrizes. Existem aquelas pequenas grandes coisas que deixam o outro incomodado e nós simplesmente não conseguimos explicar porque o fazemos.

(seria aqui que apareceria um correr de letras no portátil da carrie bradshaw e escrever-se-ia: afinal quanto de nós presente e de nós passado(s) é que levamos para uma relação? Não será a honestidade hipervalorizada?)

Pois bem. Julgo ter aprendido (ou então não, ou então não) que há coisas que não se dizem. Não falo, exclusivamente, de infidelidade (or whatever that is, ha, gui?!). Falo daquelas coisas de namorados passados, experiências passadas. Afinal de contas, se vamos para uma nova relação, ou uma relação que se quer nova, porquê entrar na onda do revivalismo?

Lembro-me, então, do caso de psicoterapia conjugal em que o marido insistiu em contar à mulher que sonhava com outras mulheres (ainda por cima sem cara definida!). Não, não e não!That's a psychology don't!

E, logo a seguir, lembro-me de Oscar Wilde: «A little sincerity is a dangerous thing, and a great deal of it is absolutely fatal. »

Bem sei que isto colide com tudo o que nos disseram, nos ensinaram e que os mass media nos incutem. Mas...

by fiona bacana

Sunday, June 26, 2005

Mais um link imperdível...

Se é arte que procuram, aqui está algo que vos vai encher a alma... :)

http://mbp1150.free.fr/mbp/niveau-2/archives/sandAnimation.wmv


By: Sean B.

...era só o que faltava !!!!

Veajm como é intreessnate nsoso céerbro:
De aorcdo com uma pqsieusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra
em qaul odrem as lrteas de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne
é que a piremria e utmlia lrteas etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe
ser uma bçguana ttaol que vcoê pdoe anida ler sem pobrlmea. Itso é
poqrue nós não lmeos cdaa lrtea isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo.

Sohw de bloa!
Enetdeu?


By: Sean Legal

Saturday, June 25, 2005

A year ago

«Time here,all but means nothing,
just shadows that move across the wall
They keep me company, but they don't ask of me
they don't say nothing at all.

And I need just a little more silence
And I need just a little more time
But you send your thieves to me
silently stalking me
Dragging me into your wall

Would you give me no choice in this?
I know you can't resist, trying to reopen a sore
Leave me be, I don't want to argue
I'd just get confused and I'd come all undone

If I agree, well, it's just to appease you
Cause I don't remember what we're fighting for

You see love-- a tight, thorny thread that you spin in a circle of gold
You have me to hold me
a token for all to see
captured to be yours alone

And I need just a little more silence,and I just need a little more time...


The courage to pull away
there will be hell to pay
the deeper you cut to the bone»

Sarah McLachlan in 'Time'

by fiona bacana

Thursday, June 23, 2005

Efeito Reciclagem - Efeito Borboleta

Vai decorrer, no próximo dia 2 de Julho, na Estação Velha de Guimarães, um evento denominado Efeito Reciclagem.

Este evento é promovido pela Associação Efeito Borboleta, que visa «gerar utilidade social, arquitectando com base na emoção espaços culturais capazes de regenerar a abordagem sócio-artística do Homem».

Mais: «o horizonte cidade como palco da nossa relação, resulta naturalmente por esta ser o verdadeiro casulo de Efeito Borboleta. Neste contexto de crispações, confrontos, mas igualmente de encontro sentimental e construção colectiva, importa-nos o cruzamento disciplinar das artes tecnológicas, os desportos de rua, e toda uma diversidade de actividades sociabilizantes, como veículos para uma superação do quotidiano.»

Trata-se de uma intervenção faseada, e o primeiro passo é este Efeito Reciclagem, que «anuncia a relatividade dos conceitos velho, novo, obsoleto, útil. Inspirando-se na temática da reciclagem e enfatizando a sua face menos mediática, propomos um conjunto de actividades integradas, passando pela recolha de material tecnológico, exposição de artigos reciclados, cine-informação, estando todas elas sustentadas pelo potencial pedagógico das artes digitais.»

«O evento é constituído por duas partes. A primeira parte desenrola-se durante a tarde e é composta pela exposição de peças de arte recicladas, projecções multimédia, recolha de material informático para reconversão e troca de adereços urbanos (CDs, roupa, jogos digitais). Preenche-se assim a funcionalidade específica deste capítulo: transmitir conhecimento e demonstrar interactivamente as potencialidades da reutilização.

A segunda parte decorre à noite e, a sua função predominantemente lúdica configura-se pelo impulso das artes audiovisuais (Música electrónica de vanguarda e VJing). A eminente apetência sensorial destas, é passível de criar um contexto sociabilizante, veiculador de emoções positivas em torno da reciclagem.»

Pronto, em síntese, é isto: 2 de Julho, de tarde e/ou noite, Estação Velha de Guimarães. Estou certa de que será...transformador, regenerador, deliciosamente quase-entrópico e, por consequência, complexificador da realidade que nos rodeia.

Para mais informações, vejam o site: www.efeitob.pt.vu.

by fiona bacana

Wednesday, June 22, 2005

Música do dia (ou Deixa-te de m****s!)

«Não posso ser só eu a dar sentido à razão
Vais ter que vir tu e arrancar-me a escuridão
É que às vezes quem vence fica sempre a perder
Vamos deixar de usar armas no que queremos ser.

Mas tens que escrever quem vês em mim
Vais ter que contar quanto dás por nós - sem mais Contos de embalar.

Não podes ser só tu a dar sentido ao buraco
Se não te queres lembrar do que sentiste no fundo
Agora tens que vir tu saciar-me os segredos
Porque é fácil de mais o que me queres vender.

Mas tens que escrever quem vês em mim
Vais ter que contar quanto dás por nós - sem mais Contos de embalar.

Vais ter que despir o que tenho a mais
Por ver sempre tudo a desconstruir
Por cima da raiz que nunca sai,
que volta a crescer por não parar,
que volta a crescer por ser maior - voltou a crescer sem avisar!

...sem mais Contos de embalar. »

Toranja 'Contos'

by fiona bacana

Tuesday, June 21, 2005

Imagem do dia


A primeira vez que chorei por ver um cenario tao impactante, sensorialmente desvastador. Sentei-me e chorei por estar viva e poder ver ISTO....
by fiona bacana

Frase do dia (ou continuando imersa na onda nórdica)


I leave solid dreams and loose connections. I leave a promising path, that has promised me self-despise and common recognition. I leave a poor reputation and the promise of an even worse. I leave a few hundred thousand words, some written in rapture, most written in boredom (...). I leave a lousy economy, a wavering stand towards the questions of the day, a better used doubt and a hope of liberation.

Stig Dagerman (1923-1954)
by fiona bacana

Pia Tafdrup

«I used to adapt myself. But mere survival isn't much of a victory, is it? When as a child I had difficulty breathing because of all that security, I used to execute my toy animals. Tied nooses around their necks and let them dangle from the furniture or two hooks in the ceiling where lamps had once hung. Just like Aunt Hannah found Uncle Oscar hanging from a rope behind a wardrobe he had pushed out from the wall in their bedroom. Ivan pulled whiskers and tactile hairs from Sinus's eyes. With tweezers.

We had to work off our aggression, do something we knew that no one could stand. I hated it when my big brother mistreated Sinus, for Sinus was my cat, and he probably felt revulsion at the sight of those dangling animals and dolls that met his gaze when he entered my room.

Instinctively we had to suck in oxygen in order to put up any resistance. It was a joy connected with freeing ourselves by recklessly protesting. It was the only way we could change ourselves.I get right to the top. Am aware of my own breathing, as I look out across the garden. Take a deep breath. Inhale the air again and again. Rub a tear away from the corner of my eye with the back of my hand and see the wide sky, clear and transparent. Lean forward along the top plank, it's frayed with age. For many years the garden was the quintessence of safety. Toss my hair aside. From here, the garden looks like an abyss. Swing one leg over to the other side. Risk is the only survival. See in a flash two separate worlds become one living one. Find a way out. Find a way in. Look for a foothold…»

Pia Tafdrup in 'Hengivelsen'

by fiona bacana

ps: ben, tinhas razão!

De Sarte - do 'amor necessário' e 'amor contingente'

Comemora-se, hoje, o nascimento de Jean Paul Sartre.

Para quem não sabe, Sartre recusou o Prémio Nobel da Literatura por recusar o reconhecimento da sociedade que espancou em cada palavra de cada livro.

Mas não é sobre a política, a filosofia e os ensaios de Sartre que hoje, vos falo.

É sobre a prova que JP Sarte e Simone de Beauvoir deixam sobre o amor romântico:

«As 400 páginas de entrevistas, além de deixarem "ouvir a voz viva" de Sartre, como visa a autora, tornam-nos testemunhas do que terá sido o diálogo, de viva voz e em centenas de cartas, mantido durante meio século de aliança antimatrimonial e intelectual, por este magnífico par de cúmplices que se deu em exemplo de relação aberta, ideal para duas ou três gerações ocidentais, à parte redutos falocráticos como a Ibéria (depois veio a sida impor recuos comportamentais escudados em moralismo).
(...)
Cedo também se lhe revelou incompatível com a monogamia do modelo dominante, estabelecendo ambos um pacto de inteligência, solidariedade e liberdade, de "fidelidade relativa", incluindo experiência amorosa individual de "amores contingentes", paralelos ao seu "amor necessário", que deu para partilhar ideias, gostos, causas, projectos, viagens, amigos, amantes.
(...)
Embora autora da pedra angular do feminismo moderno que foi O Segundo Sexo e duma obra que, na ficção, o Goncourt premiou (Os Mandarins, 1954), a escritora reputaria a vida com Sartre como a sua "obra mais conseguida". »

in Diário de Notícias

'Amor necessário' e 'amores contingentes'. Certo. I'll keep that in mind.

by fiona bacana

Monday, June 20, 2005

Da minha matilha

«Dear Mr. Vernon:

We accept the fact that we had to sacrifice a whole Saturday in detention for whatever it is we did wrong, but we think you're crazy for making us write an essay telling you who we think we are. You see us as you want to see us: in the simplest terms, in the most convenient definitions. But what we found out is that each one of us is a brain, and an athlete, and a basket case, a princess, and a criminal. Does that answer your question?

Sincerely yours, The Breakfast Club.»

by fiona bacana

Buah, buah (oh mãe olha ele!)

A FENPROF acusou hoje o Ministério da Educação de ter humilhado os professores, esta manhã, na Região Centro.Os docentes foram chamados para dar assistência nos exames do 9º e 12º anos.
Segundo Paulo Sucena, da FENPROF, muitos professores tinham optado pela greve, mas sentiram-se forçados a comparecer ao trabalho.«A coacção que o ministério fez é uma coisa extraordinariamente ilegítima, sendo a última grande humilhação que causou aos professores», disse.
Apesar desta situação, o sindicalista considerou que a greve foi sucesso, recusando que o Executivo faça qualquer ligação entre o que se passou nos exames e um possível fracasso. «Se o ministério está a dizer que praticamente não houve greve, que apenas 120 alunos é que foram afectados, isso é uma monstruosa mentira», sublinhou.

in tsf.pt

Olhem lá, stôres, e que tal não fazer chantagem em dias de exames nacionais, hein?
Faz-me lembrar os magistrados (coitados, uns miseráveis, ganham pouquíssimo), os pilotos da tap (sim, aquilo é horroroso, só os subsídios de deslocação).

Agora, mais a sério: o direito à greve é legítimo. E o estado da educação é caótico. O sistema de ensino é estrutural de um país.

Mas fazer chantagem em época de exames e ainda vir dizer que são uns coitados porque a Ministra activou o que (ao que parece, eu não sou especialista) está na lei...tsk, tsk.

by fiona bacana

Saturday, June 18, 2005

Sex and the city vs. Desperate housewives

«Geisha - Japanese girl trained to entertain men with conversation, dancing or singing.»

in Oxford Advanced Learner's Dictionary

Pois. Hmmmmm (encorajamentos mínimos dão sempre jeito...), qual será a diferença entre as geishas e a maior parte de nós?

Pois.

Se calhar à parte do pó branco, há ... bom, há....e....pois.

Pois deve haver.

by fiona bacana

Partir, andar (quando a fobia de cá estar aperta)

«Apanhei o barco da ilusão e reforçei a minha fé de marinheiro
Era longo o meu sonho e traiçoeiro o mar...
(Só nos é concedida esta vida que disfrutamos
E é nela que é preciso procurar o mítico paraíso que perdemos)

Prestes, larguei a vela e disse adeus ao cais,
à paz tolhida,
desmedida,
a revolta imensidão transforma dia a dia a embarcação
numa amante e alada sepultura
mas corto as andas sem desarrumar
Em qualquer viagem, o que importa é partir, não é chegar.»

Miguel Torga

by fiona bacana

Thursday, June 16, 2005

Liquid Generation Rulezzzz

Já com algum andamento..mas não posso deixar de recomendar este site aos nosso usuários!

www.liquidgeneration.com

Deixem os vossos comentários aqui, sobre este site!

By. Sean Bacana

Lúcia Moniz - "Chuva"

Muita atenção a esta nova canção da Lúcia Moniz - "Chuva"

E agora diz-me se já decidiste
O tempo voa e a tua imagem ainda persiste
Ainda sinto a nossa chuva mágica a cair
Tens o tempo de um cigarro se ainda quiseres partir

É como andar no deserto,
Sempre tão longe e tão perto
Olho à minha volta,
o mundo é tao incerto

Quero-te dizer que não vai dar
Quero só saber se vens ou queres ficar

Eu sei que não vou partir sozinha
Sinto o vento, sinto a estrada, sinto o fim da linha.
Tudo passa, voa como folhas de jornal
Meia volta, pára como um carro no sinal.

É como andar no deserto,
Sempre tão longe e tão perto
Olha à tua volta,
o mundo é tao incerto

Quero-te dizer que não vai dar
Quero só saber se vens ou queres ficar


By: S. Legal

Hoje, no hemi-ciclo da nação...

O arrastão na Praia de Carcavelos, na sexta-feira passada, foi tema de debate acesso, esta quinta-feira, na Assembleia da República.

No período de antes da ordem do dia, o CDS-PP abordou o assunto para sugerir a necessidade de alterar o Código Penal, apresentando algumas propostas como a questão da idade para efeitos de imputabilidade.«Quando o excesso vem do outro lado, quando o excesso seja justificado por quem viola a lei, por quem causa alarde social, nessa mesma esquerda-chique o silêncio é quase sempre regra», disse Nuno Melo para apoiar a vontade do PP para alterar o Código Penal, sustentando que é preciso censurar os criminoso e louvar a polícia.

A intervenção do líder parlamentar do PP deixou o Bloco de Esquerda indignado. A deputada Ana Drago respondeu com acusações aos populares.«A intervenção que o senhor deputado fez nesta câmara é ao jeito e na tradição populista, xenófoba e preconceituosa. Nada de novo no CDS, nada a que o CDS não nos tenha habituado durante estes últimos anos. Só faltou fazer um apelo ou apoiar explicitamente, a manifestação de extrema-direita que vai existir em Portugal a propósito do arrastão. Envergonha esta câmara, envergonha o estado de direito», disse.

in tsf.pt

É por isso que eu adoro esta mulher, tem-nos no sítio!!!

by fiona bacana

Da transferência e da contra-transferência

«A única diferença ente os psicanalistas e os psicoterapeutas é que, quando nós falamos de transferência estamos a usar a via de levare, para usar a frase que Leonardo da Vinci usou a propósito da arte, enquanto que para a maior parte dos psicoterapeutas que não são analistas, a transferência é a via di porre.
(...)
A pintura, diz Leonardo, trabalha per via di porre, pois deposita sobre a tela incolor partículas coloridas que antes não estavam ali; já a escultura, ao contrário, funciona per via di levare, pois retira da pedra tudo o que encobre a superfície da estátua nela contida. »

Carlos Amaral Dias,
«Modelos de Interpretação em Psicanálise»

Depois da tua sempre pertinente questão, NZ, que me deixou a pensar....

É possível utilizar transferência e contra-transferência sem um enquadramento psicanalítico. Utilizando a figura do psicoterapeuta como 'porto seguro' (já estou tão farta desta expressão...) para a experienciação nos contextos sociais de vida, o verdadeiro palco de mudanças, e, em dualismo, desenvolver a criação de novas cores, reformulação de significados e teorias pessoais de funcionamento psicológico; depois, desenvolver estrategicamente a sua autonomia para se tornarem 'independentes' do psicoterapeuta, não estamos a fazer contra-transferência?

E sim, tinha de ser: inclino-me para a via di porre! : )

by fiona bacana

Wednesday, June 15, 2005


a minha pr�xima compra
fiona bacana

Notícia do dia

Fioana Bacana já bebe yogurtes líquidos.

by fiona bacana

Tuesday, June 14, 2005

Frase do dia

«We are most alone when we are with a myth.» (Alexandre, o Grande).

Pois, minhas criaturas, pequenos génios: é mesmo isto.

De que nos interessa mistificar, endeusar, desenhar estrelas douradas quando eles respiram, ver postulados científicos quando eles apenas comentam algo tão corriqueiro?

De que nos interessa pensar nos segundos, terceiros e quartos sentidos do que ele nos disse (até chegar ao feminínissimo sexto sentido), confabulando declarações implícitas de que afinal, afinal!, ele acha mesmo que somos a mulher da vida dele.

O que nos prende a eles, não está neles. Está em nós. Eles distanciam-se, ou gerem muito bem os timmings das aparições (qual Nossa Senhora de Fátima qual quê, essa ao menos falava aos pastorinhos como devia ser e apareceu quando disse que o faria!), porque só assim eliminam a possibilidade de deixarem de ser o rei-sol, serem idiolatrados por cada idiotice que dizem, só porque são eles que o dizem.

Um amor por um mito, não é amor. É auto-flagelação.

by fiona bacana

Fundação Champalimaud

Confesso, não gostava do homem. Rígido, inflexível, foi o primeiro grande empresário a vender património (grande património, leia-se Banco Totta e Açores) aos espanhóis.
Mas, eis que em testamento, ele deixa cerca de 500 milhões de euros para a criação da Fundação Champalimaud, que visa apoiar e desenvolver a investigação científica na área da Saúde em Portugal. Aí pensei: afinal o homem não é parvo de todo.
Menos parvo ainda por, em testamento, ter definido quem seriam os gestores desta Fundação: Leonor Beleza (das poucas que me fariam votar PSD) e Proença de Carvalho.

Pois bem. A Fundação Champalimaud arranca, agora, oficialmente. Para além de empregar investigadores portugueses (e não só), vai, a longo prazo, contribuir para algo em que esta imitação de país é deficitário: investigação com consequências práticas para a qualidade de vida das pessoas, mormente ao nível dos cuidados paliativos.

Torço para que a visão quer da Presidente do Fundo quer dos seus curadores (Almeida Santos, Dias Loureiro, Simone Veil, entre outros) os oriente para a investigação em céluluas estaminais (ver http://impulsospublicos.blogspot.com/2005/04/da-cincia-da-vida-e-da-morte-do-futuro.html).

by fiona bacana

Monday, June 13, 2005

José Fontinhas (Eugénio de Andrade, os poetas são eternos II)

Conheço poucos, apesar de termos todos estudado Eugénio. Este é o meu...
"Retrato Ardente"

by: Sean B.


No teu peito
é que o pólen do fogo
se junta à nascente,
alastra na sombra.

Nos teus flancos
é que a fonte começa
a ser rio de abelhas,
rumor de tigre.

Da cintura aos joelhos
é que a areia queima,
o sol é secreto,
cego o silêncio.

Deita-te comigo.
Ilumina meus vidros.
Entre lábios e lábios
toda a música é minha

2004.December - UK



fiona bacana

They are coming back...GARBAGE, novo album 'Bleed like me' (so...garbage, isn't it?). Thanx, mikos, for the files! The salt forever!
fiona bacana

Episódios da Imortalidade - Parte V

Três e uma da manhã, neblina cerrada. Marca o passo pelas linhas do passeio, verifica, pela enésima vez, em que bolso está o telemóvel. Depois, as chaves de casa. A questão é: para que casa ir?

Entra no táxi e murmura uma direcção, perante o ar incerto do taxista. Fascinantes, estas pessoas, sobretudo os que deixaram a carreira diurna e se dedicam a transportar as alminhas que pairam na noite, com o tanto de enfermo e discutível que tal amostra tem.

É como um exercício de transformismo. Toda a gente esconde alguma coisa: rugas, estrias, mágoas, incertezas, borbulhas, nódoas negras. O exercício, supostamente de descamação, orienta-se agora pelo pólo oposto: quanto mais base, quanto mais camadas na pele, melhor. Mesmo os mais naturalistas concordam, porque nem eles aguentam com tanta natureza. Sobretudo quando ela é contundente, brutal no seu descaramento e torna tão claro e evidente que …

Gritava, sintetica e silenciosamente como é seu timbre, outro dia, numa varanda: até seria capaz de ser eu própria, se quem me rodeia me perdoasse a decepção.

Passa por luzes de lampião que só tornam a visão ainda mais turva. Deita fora a pastilha elástica que engolia, porque a menta tem uma sobrevivência limitada. Agora o estômago dá voltas, reagindo tipo ácido com os shots que bebeu. Sentiu um impulso para controlar-se. Abre os olhos e o vidro, apanha ar, na esperança de ficar bem acordada. Como se sentisse obrigação. Só depois se lembra que já não tem essa obrigação.


by fiona bacana

Episódios da Imortalidade - Parte IV (aviso de gajo)

Rai's partam estas miúdas. Metem-se com cada gajo…Quando o viu pela primeira vez, chegou ao restaurante, levava uma joaninha nas mãos, formatadas em concha. É óbvio que não se pode confiar num gajo que entra num restaurante com uma joaninha nas mãos.

by fiona bacana

Episódios da Imortalidade - Parte III

«Pain’s playing yo-yo in my body as we speak» (dEUS, Instant Street)

Há algo de muito constrangedor no dia seguinte. Começa por ser isso mesmo: o dia seguinte. Há coisas na vida que não deviam ter seguimento, um respirar de novo, um olhar para trás para ver o que se fez. Isso devia ser proibido. Para além de que o dia seguinte continua a dar importância ao dia anterior, porque o dia seguinte terá sempre como referência o dia anterior, mas o dia anterior passa a ser só o dia anterior. Deixa de ser o dia 'em que'.

Nunca soube muito bem lidar com esta situação. Acordar e ter uma pessoa ao lado. Começa pelo inconveniente de quase nem se mexer com o medo de acordar a pessoazinha, mas passe esse instinto protector, talvez seja antes medo de o acordar e não saber o que dizer. Faz-se trinta por uma linha, no tal dia anterior: «expões-te, comportas-te sabe-se lá como e agora não consegues falar com a pessoa?!». Implicitamente, é como se sentisse uma espécie de vergonha. Tendência camaleónica, hologramismo relacional, fundo de incoerência...vergonha.

by fiona bacana

Episódios da Imortalidade - Parte II

Este não seria um dia muito diferente dos outros. Levantou-se muito mais cedo que o habitual, porque os números do despertador custam a passar. Até hoje nunca viu ninguém relacionar tempo e peso. O tempo passa lento quando é pesado, mas porque é que o tempo não se mede em quilos? ‘Time’s too much for me’, lembrou-se da música que repetia até à exaustão, recuando ao tempo em que tudo parecia uma inenarrável sequência de esperas eternas, ansiando momentos de explosão relacional, em que uma nova pele era criada, construída e testada. O tempo, antes, era o tronco do castanheiro em que se escondia nos intervalos da escola. Nunca percebeu o que a levava a isolar-se em determinadas alturas, mas desaparecia estrategicamente e subia os ramos do castanheiro. Gostava de ver a realidade lá de cima. E mais uma vez olhava para o relógio, quando já sabia ver as horas mas os minutos eram horas e as horas eram dias. O seu espírito científico, condicionado de forma óbvia pelo padrasto cuja profissão vivia de números, ordenava, à altura, que os ramos onde se alojava se transformassem nas bancadas do seu laboratório. E aí desmontava os ponteiros do relógio, uma destreza que nunca antes havia sido valorizada, tirava todas as rodas e colocava tudo de novo no sítio. Um sentimento de conquista. Eu desmonto, eu volto a pôr tudo no lugar. Aí percebeu o sentimento confortante que o controlo dá, apazigua o medo da perda e fecha a caixa dos fantasmas. É que só o controlo sobre as coisas físicas dá pode apaziguar o desespero que sobra da intangibilidade da vida. Daí a arrogância, daí uma altivez cultivada ao nível da neo-mistificação, para reacção imberbe de quem a rodeava. Daí ter a exacta noção do fascínio que uma determinada franja da vida, com paralelo em todas as civilizações, começou cedo a exercer nela. Um fascínio de tom mortal.

by fiona bacana

Eugénio de Andrade (os poetas são eternos)

O meu favorito de Eugénio de Andrade...'Adeus'

by fiona bacana

«Adeus
Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega para afastar o frio de quatro paredes.

Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava. Acreditava,
porque ao teu lado todas as coisas eram possíveis.

Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.

Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.

E no entanto,
antes das palavras gastas,
tenho a certezade que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome no silêncio do meu coração.

Não temos já nada para dar.
Dentro de ti não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus. »

Thursday, June 09, 2005

Are you ready? - 1997

Radiohead - "Talk Show Host"

I want to
I want to be someone else or I'll explode
Floating upon this surface for the birds
The birds
The birds

You want me?
Fucking well come and find me
I'll be waiting
With a gun and a pack of sandwiches
And nothing
Nothing
Nothing
Nothing

You want me?
Well come on and break the door down
You want me?
Fucking come on and break the door down
I'm ready
I'm ready
I'm ready
I'm ready
I'm ready
I'm ready

Droga I

Porque dói o que deve ser tão doce e prazeroso? Isto é um vício, uma necessidade. Consome-nos. É um capricho da natureza...

As palavras que traduzem os sentimentos alimentam as sensações, mas também a falta delas. Sentimentos opostos. Fere. E quando se soltam, porque nunca nos satisfazem, não chegam? É um aperto aperceber-nos que das coisas boas da vida são como uma faca que nos verga, e suga a nossa sanidade. Esvai-se gota a gota a capacidade de realidade e a dimensão muda. Quando tudo é claro e límpido, quando as flores coloridas dos vazos nas janelas das casas nos abrilhantam o dia, a doce necessidade faz-nos prender o olhar, enrijecer os movimentos e a própria amplitude da imagem...

Não quero nada disto. Eu quero simplesmente ver o horizonte beijar o mar num pôr de sol vermelho. Sentir o cheiro salgado do mar e ouvir as pedras que rolam ao sabor do bater das ondas. Quero tocar o sal e sentir por entre os dedos a areia fina de uma praia. Acima de tudo, que isso seja realmente bom! Serei feliz no dia em que conseguir ver tudo, e retirar do prazeroso vício apenas e só, tudo o que de melhor ele tem.
É heróico manter a cabeça à tona...!

Sean B.

Boa intenção (alguma vez será notícia?) - Parte III

E que tal fazer os casamentos de Sto António em Viseu? : )

by fiona bacana

O vereador comunista na autarquia de Lisboa António Abreu vê com bons olhos que os casamentos de Santo António integrem num futuro próximo casais homossexuais, considerando que esta questão deve ter uma solução legal.

"A iniciativa deve ir no sentido de contemplar a maior diversidade de relações entre as pessoas", disse o vereador à Lusa. Questionado sobre se gostaria de ver casamentos entre pessoas do mesmo sexo naquele evento, António Abreu sublinhou que "é nesse sentido que se deve ir". Para que tal seja possível, a legislação em vigor tem de mudar. "É uma questão dos dias de hoje que os órgãos deliberativos têm de encarar e resolver", afirmou o autarca que integrou o executivo municipal liderado pelo socialista João Soares, responsável pelo retomar dos casamentos de Santo António em 1997. Para o vereador, uma solução legal que permita casamentos entre pessoas do mesmo sexo deve ser discutida "no mais curto espaço de tempo, à semelhança do que se tem vindo a passar noutros países".


Referindo-se à homossexualidade, o autarca considera que se trata de "uma situação de facto" e "há que não ter essas práticas escondidas, porque vêm desde há séculos ou milhares de anos e hoje as pessoas passaram a assumi-las, até com orgulho".

in www.lusa.pt

Excelente notícia - Parte II

«Fim de privilégios mal recebido por alguns políticos

O Governo admite que a decisão de acabar com aquilo que José Sócrates definiu como «privilégios» da classe política pode ter causado incómodo entre os deputados. O jornal «Público» de hoje diz mesmo que alguns políticos consideram abandonar os cargos.

«É natural que haja uma outra incomodidade. Mas os detalhes das propostas aprovadas ontem ainda não são do conhecimento de todos. Por isso contamos com o apoio da maioria parlamentar (PS) mas esperamos que o apoio às medidas acabe alargado a todo o parlamento», disse à TSF o ministro da presidência, Pedro Silva Pereira.«O apoio da classe política seria um sinal muito importante de disponibilidade, não so dos deputados mas de outros cargos políticos, para partilhar o momento de sacrifício que os portugueses estão a atravessar», concluiu.Contactados pela TSF, os líderes parlamentares do PSD e do CDS-PP não manifestaram disponibilidade para comentar as medidas aprovadas. »

Hmmmm...PSD e CDS-PP não manifestaram disponibilidade para comentar as medidas aprovadas....hmmmm...estarão a fazer beicinho? Ou estarão ainda a debater o dia nacional do não-nascido?!

by fiona bacana

Boa notícia - Parte I

«Portugal sai da recessão técnica

A economia portuguesa saiu da recessão técnica no primeiro trimestre deste ano, com um crescimento de 0,2 por cento face aos últimos três meses de 2004, informou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE). »

in www.tsf.pt

Hmmmm...tem piada, ainda não notei nada!

by fiona bacana

É verdade: recebi um mail do Brad Pitt (juro!)

«Dear Friend,

Every single day 30,000 children die from the effects of extreme poverty and it almost never makes the news. Tonight, that's going to be different.
I visited Africa last month with Diane Sawyer to record a "Primetime Live" special, and tonight that program will air at 10pm/9pm Central on ABC. The show is not only about the emergency in Africa, but also about successful projects that are saving people's lives and building new hope in entire communities.
Yesterday the ONE campaign asked all of us to do something that will make a real difference for the people we met in Africa:
sign a letter to President Bush asking him to seize the best opportunity we've had in decades to actually end extreme poverty. The ONE letter asks the President to support three bold commitments at the G8 summit of world leaders on July 6th: more and better international assistance, debt cancellation and trade reform.
Last week I signed the
ONE letter to President Bush, and since yesterday thousands of you have too. That is an amazing show of support. The ONE campaign has set a goal to get ONE million letter signatures by the upcoming G8 summit on July 6th. We can get half way there by the end of this week if you join with me and sign the ONE letter to President Bush and ask your friends and family to sign as well: Sign the ONE letter to President Bush.

Thanks, and please tell all your friends to watch the show tonight: 10pm/9pm Central on ABC.

Brad Pitt »

Praia do Salgueiro - 1 e pico da tarde

Há poucas coisas tão reconfortantes do que estar, simplesmente estar, com as pessoas que conhecemos que nos viram crescer. E, mesmo vendo-nos a espaços enquanto crescemos, passamos da anne mit den roten haaren para a esta pessoazinha que nem sei muito bem descrever, eles conseguem olhar para nós como aquela que ia para casa deles...

E é confortável, muito confortável.

Obrigada, mano, por aquele bocadinho em família. A tua família é, também, um bocadinho minha. E obrigada pela nossa vida desde os 9 anos.

by fiona bacana

Wednesday, June 08, 2005

A relembrar outros tempos...

Catch my breath close my eyes
Don't believe a word
Things she said overheard
Something wrong inside
It's you admit it
Then you know you're in it

I've been in love before
I've been in love before
The hardest part is when you're in it
I've been in love before
I've been in love before

Just one touch just one look
A dangerous dance
One small word can make me feel
Like running away
You can't say you're in it no
Until you reach the limit

I've been in love before
I've been in love before
The hardest part is when you're in it
I've been in love before
I've been in love before
.......


"I`ve been in love before" - Cutting Crew

I'ts ok to wonder why (but don't expect to understand your life)

1. stay clear of extremes
2. just say what you mean
3. say thank you often
4. like your hair
5. wave to strangers everywhere
6. do what you're supposed to do, don't llok at what the others do~
7. think before you buy a car
8. don't marry someone you met at a bar
9. change clothes everyday
10. call ahead when you're late
11. be nice to your dog
12. drive slow in the fog
13. read what you like
14. sing when you're glad (close the door if you sound bad)
15. be safe when you're planning to get laid.
16. never waste expensive wine

sarah bettens in 'don't stop'

Afinal as verdades da vida são coisas bem simples.

by fiona bacana

Tuesday, June 07, 2005

Frase do dia, numa chamada telefónica

"- Eh pah, isto não tá nada fácil! É sempre assim, o primeiro exame vai sempre ao ar...!
- Não faz mal pah, "Primum milhum, pardalum est"
- Sim, Primum milhum....hã???? O que é que isso quer dizer??
-Pah, "o primeiro milho é pr` os pardais"!!! "

LoL
:D

Autoria e dedicado ao Cabbages...

Sean Bacana
;)

Mais que Pessoa

" O que eu acho, francamente, que é patológico, é o Fernando Pessoa ter morrido há mais de cinquenta anos e a edição crítica das suas obras completas estar ainda por fazer! Em vez disso, e como não há talento suficiente para o ler, anda-se a discutir se ele era esquizofrénico de manhã e paranóico à noite, se era um pouco mais histérico aos domingos e um pouco mais deprimido aos dias de semana. Lembra daquela passagem do «Lisbon Revisited» (de 1923):

(...)
Não me macem, por amor de Deus!
Queriam-me casado fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim.
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?
Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho
(...)
Ah, que maçada quererem que eu seja de companhia!

Ó céu azul - o mesmo da minha infância -
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo
(...)

Aqui a Tempos estava na moda fazerem-se grandes conjecturas críticas para avaliar a extensão exacta da homossexualidade do Pessoa. E mais recentemente, houve não sem quem que descobriu que ele, afinal, frequentava um bordel, o que, no parecer judicioso e mórbido desses voyeurs, obrigaria a rever todas as conjecturas especiosas feitas até aí acerca das suas disposições homossexuais. Andava tudo a espreitar para o pénis do Pessoa para ver o que é que ele fazia com ele.
O que eu acho que é patológico, é que em Portugal ninguém lê Pessoa. Toda a gente fala dele, mas ninguém o lê. Anda-se à volta dele como um bando de indígenas à volta de uma carcaça de um avião que acabou de caír no mato, mas ninguém o lê. As edições das suas obras esgotam-se constantemente, mas é só no estrangeiro. Aqui não. Aqui a gente lê o Eça e o Saramago.
O Pessoa era doente, como toda a gente, mas sabia bem que o era, e além dissotinha a grande saúde da sua própria genitalidade. As pessoas são doentes, não sabem que o são, e nunca viram a cor a essa forma de saúde. E nem sequer têm a saúde mais básica da curiosidade, e menos ainda a da generosidade. E como não têm, ao menos, a grandeza suficiente para reconhecerem a inveja surda que provavelmente os rói por serem incapazes de criar, e muito menos de o fazerem como Pessoa o fez, entretêm-se a morder as suas próprias pulgas na carcaça alheia que nunca as teve."


Carlos Amaral Dias
João Sousa Monteiro
in «Eu já posso imaginar que faço»

Sean Bacana

Monday, June 06, 2005

E porque é que eu não trabalho com papeis?

Há clientes que nos levam tudo, e é esse o propósito da psicoterapia. Levam-nos como porto seguro para novas descobertas, que criem erosão e desgastem a percepção disfuncional (porque lhes cria sofrimento) que têm deles, dos outros e do mundo.

Para isso, fui treinada. Transferência e contra-transferência, tudo pelo processo psicoterapêutico.

Há clientes, no entanto, que nos deixam tudo. Uma 'sensação de dor, profunda e estrutural, sem objecto' - lembro-me até hoje dessa expressão da Professora. Deixam-nos um peso, transportam a angústia para nós, e cabe-nos saber lidar com ela.

No meu relatório de estágio escrevi: ser psicólogo não é uma profissão - é uma profissão de fé.
Não trabalho com o tangível. Não consigo agarrar o que trabalho em consulta, não o consigo partir, fatiar, ou decompor, numa arte de atomismo.

E que conforto que isso dá às vezes. Imprimir uma folha e arquivá-la. É aquilo, não é mais nada.

Hoje, hoje mesmo, sinto que ser psicóloga é a pior profissão do mundo. Ver um cliente que deposita em nós o que às vezes nem deus sabe, tem tanto de honroso como angustiante.

Amanhã, porém, voltarei a achar que até sou capaz de ter algum talento para a coisa. Nunca perdi nenhum, não vai ser agora o primeiro. Mas hoje...quero é que o dia acabe rápido.

by fiona bacana

Sunday, June 05, 2005

Dos Tempos Adversos - Statement

«Claro que temos que andar sob os tempos adversos que puxam para trás...
É claro que temos que ver a estrada...que um dia a história acaba.»

Toranja,
'Tempos Adversos'

Há quem já tenha visto o filme antes, sequência por sequência. A esses rogo por paciência, mas desta vez não há colinhos nem telefonemas de controlo.

Aos outros, que nunca viram esta sequência e não a sabem interpretar...peço que me perdoem antecipadamente o padrão de incoerência. Convosco terei sempre a tentação (ou não) de ser mais persona do que pessoa (ou não). Silently stalking me, smothering me.

by fiona bacana

Educação, qual quê...

A Educação neste país não vai lá muito bem.... se ao menos tivesse a mínima hipótese de escrever os problemas que a rodeiam, lá teríamos os blogs maçudos (maçudos = massa) e tristes para vos contar.
O papel dos estudantes deve ser preponderante.
Decorre neste fim de semana na Universidade Portucalense o Encontro Nacional de Dirigentes Associativos.
É neste fórum onde dirigentes estudantis de todo o país se encontram essencialmente para debater....am....err...digamos que...., oh, deixem lá isso.
Por tudo o que lá se passa, como por exemplo....humm...err, bem, é isso mesmo,... trata-se de os estudantes conhecerem-se melhor e estabelecerem contactos para, digamos, debaterem melhor os problemas da e...e...educação.
As conclusões que se tiram são aquelas que realemnte interessam: A assumiu o cargo X, B assumiu o cargo Y, C no último ENDA disse que fazía e não fez, e D promete fazer neste para no próximo por o lugar à disposição.
Que fixe....!

Do Pedro Paixão

Pela distimia estrutural da sua escrita. Não pela estética, mas pelo estilo profundamente crú, contundente, como descreve, espartilha e decompõe a emocionalidade decadente. Todos os livros dele são, assumidamente, auto-biográficos.

O meu preferido: 'Viver todos os dias cansa'. Pela época em que o li (deixei passar 3 combóios só para continuar a ler na estação da Av. da França), pela novidade que o estilo trazia na altura.

Para conhecer melhor em http://www.acapital.pt/

É uma entrevista de quem não gosta da vida. Pedro Paixão, autor de A Noiva Judia, Viver Todos os Dias Cansa e Ladrão de Fogo, confessa a A Capital que viajou até Moscovo à procura de uma mulher que vira em Jerusalém. Não a encontrou, mas, em compensação, viu belas russas. Nunca votou, não tem telemóvel nem televisão, e nega ter-se convertido ao judaísmo, muito embora as suas duas primeiras mulheres fossem judias. Tem 49 anos, é professor de Filosofia, vive há 20 em Santo António do Estoril e é um homem que não acredita na esperança. Diz ele: «Há muito desespero no que escrevi.» Mais: «Eu sou um ferido de morte.» Reconhece: «A minha infância foi triste.» E conclui: «Não sei amar. Talvez seja essa a minha tragédia.»

by fiona bacana

Friday, June 03, 2005

So falling is like this

«To fear love is to fear life, and those who fear life are already three parts dead. »

Bertrand Russell

Wednesday, June 01, 2005

Heathrow, boarding room - 21:47

Disse tudo o que tinha para te dizer, a não ser: toma conta de ti. Por favor.
De nada adianta pedir-te se o quiseres viver, mas para o viveres não precisas de morrer nem de te colocares à 'mão de semear'. Conforta-me saber que tens consciência do que caminhaste para chegar onde estás agora e do estruturalmente estúpido seria deitar tudo a perder só para viver a tua versão muito própria do american way of live.

Falando ou não, parte de mim és tu.

«You know you've found it because you feel it when they take it away»
Damien Rice in 'Amie'

by fiona bacana